O reitor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), professor Valdiney Gouveia, está entre os mais de 7 mil aprovados pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu 2022) para cursar uma graduação na UFPB. Ele foi classificado pelo sistema de cotas como ingressante de escola pública para cursar Engenharia de Produção na UFPB.
O reitor fez mais de 600 pontos na prova em geral. Ele publicou, nas redes sociais, uma foto de cópias da ficha de identificação da escola em que estudava, bem como di certificado de conclusão do 2º grau, hoje ensino médio. Ele explicou que a documentação foi necessária para fazer a inscrição na chamada regular.
“Somos muitos os de escolas públicas que temos nos empenhado para valer a pena cada centavo investido em nós”, disse o reitor ao responder alguns comentários. “o aprendizado continua”, postou ainda em resposta a outro comentário.
O regimento da UFPB e da Reitoria, assim como o edital do Sisu, não proíbem situações como a aprovação do reitor da UFPB.
O Sindicato de Professores da Universidade Federal da Paraíba (AdufPB) disse que vai avaliar a possibilidade de acionar o Ministério Público Federal.
A Adufpb entende que, apesar de não haver problemas legais, existem questionamentos do ponto de vista ético:
“Tirar uma vaga de alguém que possa estar começando sua vida, vindo de escola pública, buscando a sua primeira graduação, tendo em vista a escassez de vagas disponíveis nessa modalidade. Ser cotista é pra quem necessita da cota, uma forma de reparação de inúmeras injustiças sociais cometidas pelo Estado. Será que esse sujeito, sendo professor titular da UFPB e reitor, ainda nas condições que se deram, sem o aval da comunidade universitária, precisa de cota para fazer uma segunda graduação?”, questionou.
“Os cargos de direção exigem integralidade e disposição. Como garantir a qualidade da gestão sendo estudante, ou a excelência de estudante sendo reitor? Talvez essas duas funções, do ponto de vista qualitativo, sejam incompatíveis”, completou a AdufPB.