A edição deste domingo, 22, do Fantástico, da Rede Globo, mostrou uma epidemia de golpes cometidos contra políticos em aplicativos de mensagens. Para a polícia, as quadrilhas contam com a ajuda de funcionários dentro das operadoras de celular. Uma das vítimas foi o prefeito de Mogeiro, Alberto Ferreira, que narrou seu prejuízo no programa. “Foram R$ 50 mil que iriam para os salários e compra de medicamentos. Então, a gente teve que ir administrando da melhor maneira possível para que não causasse tantos danos”, disse ele.
O golpe seria aplicado, de acordo com a reportagem do Fantástico, com a cumplicidade de funcionários das empresas de telefonia celular. Eles venderiam por valores que variam de R$ 1 mil a R$ 1,5 mil seus próprios dados de acesso ao sistema da companhia telefônica (login e senha). A partir daí, conseguem entrar no banco de dados e entram no cadastro das vítimas, desabilitam o chip do número dela e habilitam o mesmo número num chip da quadrilha. É uma fraude que apaga o chip do titular da linha e cria outro, em poder dos bandidos.
No mês passado, os marginais só precisaram de um celular e um punhado de mensagens para tirar R$ 245 mil da prefeitura de Anita Garibaldi, no interior de Santa Catarina. Era verba do Fundeb, o Fundo da Educação Básica. Quem liberou o dinheiro foi o tesoureiro do município, mais uma vítima do golpe da mensagem. Ele achava que trocava mensagens com o prefeito, quando na verdade do outro lado do aplicativo estava um bandido.
Um levantamento feito pelo Fantástico com base em investigações e também em avisos públicos das autoridades mostra que passa de 100 o número de políticos, em 19 estados, que tiveram chips desabilitados e usados pelos bandidos.