O prefeito de Areia de Baraúnas, Antônio Macedo, a vice-prefeita, Rosicleide Porfírio, quatro vereadores e um servidor público foram os alvos da Operação Grãos de Areia, deflagrada pela Polícia Federal nesta sexta-feira (17) contra compra de votos e transferências irregulares de eleitores nas eleições municipais de 2020 no município.
Além de Areia de Baraúnas, durante a operação, foram cumpridos 7 mandados de busca e apreensão em Passagem e Salgadinho, já que alguns alvos residiam nessas cidades.
O delegado da PF, Rafael Vasconcelos, disse no final da manhã de hoje, durante entrevista na cidade de Patos, que um voto na cidade chegou a custar R$ 2 mil.
“Nossa investigação detectou que houve várias transferências irregulares de eleitores que não tinham nenhum vínculo com a cidade e pra isso esses eleitores receberam dinheiro, entre outras vantagens, para votar nos candidatos a prefeito e a vereadores, chegando a um voto custar R$ 2 mil”, disse o delegado.
Segundo ele, a prática irregular fez diferença na eleição de Areia de Baraúnas, que tem cerca de dois mil habitantes, porém tem mais eleitores cadastrados do que o número da população.
Vários eleitores, conforme o delegado, confirmaram que tiveram seus votos comprados pelos então candidatos, que foram eleitos.
No município, o então candidato a prefeito ganhou com uma margem de apenas 26 votos de diferença. “Nós conseguimos apurar que essas compras de votos foram relevantes para o resultado do pleito”, disse Rafael Vasconcelos.
O valor total investido na compra de votos ainda está sendo apurado, mas segundo o delegado é um ‘valor muito alto’.
O Juízo da 65ª Zona Eleitoral de Patos determinou as quebras dos sigilos bancários de todos os investigados, com o objetivo de apurar as citadas compras de votos.