O problema maior, às vezes, não está em quem diz, mas em quem ouve. O discurso de paz do Papa ou o discurso de violência de Bolsonaro, que se diz cristão, pode causar incontáveis e diferentes reações nas pessoas. Por uma simples razão: as pessoas são diferentes. O que motiva minha vida não necessariamente é o que motiva a sua. Cada um reage de uma forma, do seu jeito.
Inúmeros líderes que pregavam a paz foram assassinados. Sabe por quê? Porque tinham seguidores, admiradores, fãs e também opositores. Eram figuras públicas que movimentavam massas, que contrariavam interesses e que exerciam grande influência social. O mais famoso de todos, Jesus Cristo, é o maior exemplo. O discurso dele foi o que mais “colou” e o que mais transformou a história da humanidade. Pregou a paz e, mesmo assim, foi crucificado.
Agora vamos usar o raciocínio lógico, matemático. Há na história mais assassinos ou mais pacifistas? É melhor pregar a guerra ou a paz? É melhor incentivar a violência ou a justiça? As respostas estão em cada um de nós, são individuais. Mas tenho certeza absoluta de que a esmagadora maioria preferirá o caminho e o discurso da paz.
Você acha mesmo adequado um candidato a presidente do Brasil, no leito do hospital, após escapar da morte, fazer um gesto de arma nas mãos? Das duas, uma ou as duas explicações: ou esse sujeito é realmente desequilibrado ou é pura estratégia de marketing. Eu creio nas duas opções.
O verdadeiro líder, o verdadeiro messias, em vez de apontar uma arma, iria clamar por justiça. Sem mais.
Graças ao livre arbítrio, cada um de nós pode escolher um caminho a trilhar. Já escolhi o meu. Tenho duas filhas. Prefiro educá-las no caminho da justiça, com flores e não com armas.
A origem
Critiquei o discurso de violência de Bolsonaro no Facebook e uma pergunta me chamou bastante atenção. Este texto é uma resposta à pergunta de um amigo: “O Papa levou dois tiros. Pregava a violência? Esse discurso não cola”.