O policial que atirou em um grupo de jovens ontem à noite (12), quando eles chegaram à pizzaria do Paulista, matando um e deixando outro gravemente ferido, foi identificado como soldado Fernando Vieira da Costa, integrante da Companhia de Choque da Polícia Militar.
O capitão Guilherme Herculano, comandante da companhia, disse hoje, na Central de Polícia, que logo após a tragédia o soldado entrou em contato com ele, relatando o fato.
“O soldado de imediato entrou em contato comigo, informando o ocorrido e solicitou também ao irmão que informasse a PM e que também chamassem o socorro. Ele disse que chegou lá para pegar a motocicleta com o irmão dele, que trabalha na pizzaria,não estava fazendo bico, e nesse momento chegaram dois indivíduos numa motocicleta. Esses dois indivíduos ao chegarem no local não entraram na pizzaria e foram direto ao encontro desse veículo que se encontrava em frente à pizzaria. Nessa ação ele julgou como suspeito”, disse o capitão Guilherme.
Apresentação
O soldado Fernando Vieira da Costa se apresentou na manhã desta quinta-feira à Delegacia de Homicídios e foi liberado para tratamento psicológico.
O advogado do policial, Luis Pereira, disse que o policial estava muito abalado com a tragédia e vai ser afastado das atividades operacionais.
O advogado disse que o policial não integra os quadros de funcionário da pizzaria, o que também disse hoje, em nota, a Paulista.
A tragédia aconteceu na noite dessa quarta-feira, 12, na Pizzaria do Paulista, no bairro do Bessa. Três homens foram confundidos com assaltantes ao chegarem ao local e dois deles acabaram baleados. Um motociclista escapou de ser alvejado após se atirar no chão e pedir para não morrer, gritando que não era bandido.
O delegado Paulo Josafá informou que o policial alegou que não trabalhava na pizzaria, mas teria o hábito de ir ao local todas as noites buscar o irmão que seria funcionário. Testemunhas, contudo, disseram que o PM trabalhava no estabelecimento.
Os clientes que acabaram confundidos com bandidos foram à pizzaria para uma confraternização.
O PM imaginou que o grupo estaria prestes a cometer um assalto e passou a atirar. O motorista do Uber e o passageiro foram atingidos. Fausto Targino de Moura Júnior, de 25 anos, que chegou em um carro preto que integra o serviço de Uber, acabou morrendo no Hospital de Trauma. Já o condutor do Uber, Rosivaldo da Silva,de 22 anos, passou por cirurgia e permanece internado em estado grave.