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Pés de Barro: Bosco Fernandes depõe e acusa Santiago de orquestrar esquema de propina

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O ex-prefeito de Uiraúna por seis mandatos João Bosco Fernandes prestou depoimento à Justiça Fed coeral nesta quinta-feira, 22. Bosco foi preso na Operação Pés de Barro em 2019 durante uma ação controlada da Polícia Federal que gravou um encontro dele com o empresário George Ramalho no qual o ex-prefeito recebeu dinheiro de propina vindo da Adutora de Capivara. Enquanto o deputado federal Wilson Santiago afirmou em depoimento segunda-feira que não conhecia George e que teria sido apresentado a ele por Bosco, o ex-prefeito garantiu que foi exatamente o contrário:

O relato do ex-prefeito de Uiraúna é que o deputado lhe chamou em Sousa e apresentou George no hotel Trudont,
e disse que aquele era o dono da construtora que ele, Santiago, queria que fizesse a obra. Segundo Bosco, na ocasião ele teria advertido o empresário de que para ganhar a licitação ele teria que apresentar documentos na legalidade e ganhar no preço. Bosco acrescentou que na prefeitura não houve ação para direcionar a licitação, mas que mesmo assim a construtora de George Ramalho venceu porque ofereceu o preço mais baixo.

No depoimento, o ex-gestor relatou que depois que foi assinada a ordem de serviço foi chamado à casa de Santiago por ele que teria dito: “Olha, Bosco, você não facilitou nada, mas eu arranjei um dinheiro da obra pra você”.

De início, o ex-prefeito disse que relatou e teve medo de aceitar, mas teria sido convencido por Santiago com o argumento que “não daria em nada”, ou seja, não haveria risco de punição pelo recebimento da propina. A primeira parcela foi de R$ 7 milhões e se deu por volta da 2ª ou 3ª medição. O dinheiro era repassado por Evani Ramalho. Bosco explicou que recebeu mais de uma vez, sempre através de Evani e que Santiago havia explicado que o ex-prefeito iria receber 5% de cada medição e que ele próprio ficaria com 10%. “Outras vezes que se encontrou com Wilson Santiago, ele disse que não estava mandando a parte toda porque estava precisando e depois faria o acerto. Não sabe o motivo pelo qual foi contemplado com estes pagamentos e disse que não o deputado não exigiu nenhuma ação dele”, diz a transcrição do depoimento.

O depoimento traz ainda a narrativa de fatos dramáticos, segundo a visão de Bosco Fernandes. Ele contou que estava em Brasília em maio de 2019 quando George foi preso por outros fatos que não tinham relação com a Adutora de Capivara. Mesmo assim, o ex-prefeito conta que ficou assustado e telefonou para Santiago para que conversassem pessoalmente, o que aconteceu em seguida. Santiago disse que confiava em George e que o emprsário não faria “isso comigo nem com você”.

Quando voltou à Paraíba, Bosco Fernandes foi informado de que a Controladoria Geral da União havia solicitado os documentos do convênio da Adutora e havia avisado que seria feita uma fiscalização no município. “Passou a noite sem dormir”, cita um trecho do depoimento. Mas, apesar do medo, o esquema continuou, sendo que algumas vezes a propina era repassada por Evani, secretária parlamentar do deputado e em outras o dinheiro era entregue pessoalmente por George, o que teria acontecido em 3 ocasiões: duas nos hotéis de Sousa e Cajazeiras e uma outra vez na pousada Verde Mar (R$ 20 mil) em João Pessoa. Bosco relata que ficava apavorado e quase tinha um infarto quando ia encontrar George e disse não saber porque não foi Evani quem lhe entregou aquelas quantias, mas acha que era porque Georger queria gravá-lo na ação controlada.

João Bosco ficou preso de 21 de dezembro de 2019 até 9 de julho de 2020 na Penitenciária Média de Mangabeira. Quando ganhou a liberdade, foi recebido com festa em Uiraúna.

Confira a íntegra do depoimento de Bosco Fernandes clicando aqui

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