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Penedo e Gostoso: dois festivais de cinema no Nordeste se consolidam no cenário nacional

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O Circuito Penedo de Cinema, que começa nesta segunda, 22, na cidade alagoana de Penedo, está na sua 14ª edição abrigando atualmente quatro mostras: 14º Festival do Cinema Brasileiro, 11º Festival do Cinema Universitário, 11º Encontro do Cinema Alagoano e o 8º Festival do Cinema Ambiental Velho Chico. Por sua vez, a 8ª Mostra de Cinema de Gostoso volta com suas exibições presenciais, de 26 a 30 deste mês, na cidade litorânea de São Miguel do Gostoso, no vizinho Rio Grande do Norte. 

Ambos têm interessante particularidades. O festival de Penedo acontece às margens do Rio São Francisco num cenário que reúne uma arquitetura eclética, do barroco e colonial à art déco. São Miguel do Gostoso, por seu turno, tem suas exibições principais na areia da praia com a plateia acomodada em mais de 600 espreguiçadeiras. Confesso que das três sessões que estive presente dos filmes ‘Pacarrete’ (Allan Deberton, 2019) e ‘Bacurau’ (Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, 2019), estas foram as mais vibrantes, devido à reação do público e à magia de estar à beira mar com pés na areia sob o céu estrelado de Gostoso.

Nas edições deste ano de Penedo e Gostoso, um filme em comum: ‘Marighella’, Wagner Moura, 2019), produção nacional mais vista desde a chegada da pandemia, ampliando o acesso do público ao filme que retrata os horrores da Ditadura no Brasil, através da história real do guerrilheiro que enfrentou com seu grupo o aparato militar repressivo que tomou o poder à força, destituindo um presidente democraticamente eleito. São Miguel do Gostoso não tem uma única sala de cinema, ao contrário de Penedo que foi presenteada com a restauração do antigo Cine São Francisco no complexo que inclui um hotel homônimo e que será palco do encerramento do Circuito no dia 28, inaugurando o agora chamado Centro de Convenções. 

Enquanto o Cine São Francisco não deslancha enquanto sala de exibição, as projeções acontecem na tenda armada na Praça 12 de Abril, no Centro Histórico de Penedo, beirando o Velho Chico. O Circuito deste ano faz uma homenagem mais do que necessária a Paulo Freire pelo seu centenário, num momento de tentativas estúpidas e vãs de apagamento do legado do reconhecido educador, aqui e no mundo. O longa de abertura é o esperado ‘Ensaio sobre o fracasso’ (2019), de Cristiano Burlan, gaúcho radicado em São Paulo e autor da “trilogia do Luto”: ‘Construção’ (2006), ‘Mataram meu irmão’ (2013) e ‘Elegia de um crime’ (2018). O diretor estará presença na sessão e o debate será transmitido no canal do festival no YouTube. Ao todo são 75 filmes entre curtas, médias e longas-metragens. Apenas os longas não estarão online.

Filme Marighella
Credito: Globo Filmes

A 8ª Mostra de Cinema de Gostoso, como o circuito Penedo, tem uma preocupação com a formação de público entre os jovens. Neste sentido, oficinas são oferecidas antes da semana da Mostra abrangendo o mais importantes domínios da realização audiovisual (linguagem, roteiro, fotografia, direção de arte e montagem). 21 curtas-metragens foram produzidos como resultado de 47 oficinas oferecidas desde 2013.  As gravações destes filmes mobilizam a comunidade na realização e também na exibição, pois todos estreiam na Mostra para depois circular em festivais em todo país.

O evento é dividido em Mostra Competitiva, Mostra Panorâmica, Mostra Infantil e Sessões Especiais. Primando pela qualidade da projeção (imagem e som), a Mostra de Cinema de Gostoso exibe as obras selecionadas numa tela de 12m x 6,5m com resolução 2k (alta definição) e som 5.1, uma imersão a céu aberto. A recente produção do cinema brasileiro é a tônica da Mostra. Na Sessões Especiais, serão exibidos os longas ‘Marighella’ e ‘A viagem de Pedro’, ficção de Laís Bodanzky (2021), que fabula sobre o retorno de Pedro I à Portugal, em 1831, para enfrentar o irmão que lhe usurpou o reino.

Sobre a importância dos festivais como importantes janelas de exibição e espaço de formação de plateias, já discutida noutro momento por esta coluna, lembramos que esses festivais priorizam a exibição do cinema nacional levando filmes a plateias que não têm acesso à essa produção (na sua grande maioria sem espaço nas salas comerciais) até porque essas cidades não dispõem de salas de cinema. Um festival de cinema é também um importante vetor de difusão do nome de uma cidade, muitas vezes desconhecidas. Festivais de cinema também mobilizam a mídia, angariando publicidade espontânea e movimentando sua economia com a presença de visitantes nas cidades que os promovem.

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