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Pare o caminhão que eu quero subir

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O que estava ruim ficou ainda pior. Em apenas dois anos, a crise brasileira aumentou. Ao contrário daquilo que prometeram aos brasileiros que acreditaram que a solução seria o impeachment de Dilma. Esta nunca seria a solução. O presente é a prova.

A crise no incompetente governo Dilma foi agravada pela crise política comandada por Aécio Neves, assim que perdeu a eleição em 2014. Com o apoio de quase 50% dos eleitores brasileiros, com a justa revolta pelos desmandos do PT, ele ganhou força legítima suficiente para iniciar um movimento para derrubar o governo. E conseguiu. Com apoio velado do vice Temer, do presidente da Câmara Eduardo Cunha, dos principais partidos, da grande imprensa, de setores do judiciário e das grandes empresas nacionais e multinacionais, ele tacou fogo no Brasil.

Hoje, desmascarado, tão corrupto quanto a turma do PT, Aécio é réu da justiça. E por enquanto livre da cadeia. Enganou a todos, sobretudo seus eleitores. O resultado daquela tramoia é que mergulhamos numa crise ainda maior, pela qual, vale ressaltar, os maiores responsáveis são todos os partidos políticos do Brasil. Todos. PT, PSDB e MDB, principalmente.

Muito ruim com Dilma, pior ainda com Temer. Este foi o maior custo que o país pagou. Dilma não é santa. Não há santos na política, mas fazer o papel de diabo é uma escolha. E foi essa opção que Temer fez. Mas antes que me atirem pedras, por ainda insistir na tese do golpe, vou logo avisando que não votarei no PT nessas eleições.

Por tudo isso, insisto nesta tecla e refaço esta pergunta: quando é que o povo vai se conscientizar de que a sucessão de crises brasileira não é “herança maldita” dos 13 anos do PT e sim dos 518 anos do Brasil? Está tudo errado.

A realidade dos fatos está sempre à mostra e não me deixam falando sozinho. Sabe quem sãos os dois pré-candidatos ao Senado na frente nas pesquisas, em Minas? Dilma e Aécio. Dá pra acreditar? Sim, infelizmente.

O saldo da crise pós-impeachment é incalculável. Hoje, estou ainda mais convencido de que seria mais barato ao país e ao povo ter deixado Dilma concluir o mandato. Bastava só respeitar a soberania do jogo democrático. E não sabotá-lo. Até porque aquela história de “pedaladas fiscais” era uma grande balela para tentar justificar, no papel, o impeachment. Teria sido melhor, agora em 2018, resolver a parada no voto, nas urnas. Como fazem as maiores nações do mundo civilizado. O custo da crise na era Dilma abalou em muito o papel do Brasil no mundo. Agora, sim, é que estamos parecendo uma Venezuela, em frangalhos. 

O fato é que a corrupção no governo federal continuou, com o próprio presidente Temer enrolado na lama. Os grampos telefônicos são claros. Seus ministros e ele estão na mira da Polícia Federal. Que país é este?

O preço da gasolina aumentou como nunca antes em tão pouco tempo. O desemprego aumentou. O dólar subiu. Mas o lucro bilionário da Petrobras foi preservado. Sabe quem pagou a conta? O povo brasileiro. Sabe quem também lucrou com isso? As petroleiras norte-americanas que exportam insumos e petróleo refinado para o Brasil. Sabe quem adotou esse modelo, a pretexto de “salvar” a Petrobras? Temer, aquele que ajudou a roubá-la. O custo da corrupção na empresa não é a responsável pelo aumento de preços. Mas é óbvio que é inaceitável e deve ser combatida. Mas usar a corrupção como desculpa para o aumento dos combustíveis é uma grande mentira. De Getúlio Vargas a Temer.

Uma coisa eu sei: não se muda o Brasil sem luta popular, sem mobilização, sem consciência coletiva, sem sacrifícios individuais. Lembre-se: agora os poderosos da política, do mercado e da mídia estão do mesmo lado do governo – pelo menos até então. Ou seja, a guerra será muito mais difícil de vencer. Manifestações em dia de domingo só servem para ilustrar reportagens de TV. São lindas, plasticamente perfeitas. O povo pensa que tirou Dilma do poder. Não foi ele. Foram os grandes grupos políticos e econômicos que a derrubaram, na prática. Não foram as panelas, não foram as camisas da CBF.

Protesto eficiente, por exemplo, são os bancários que fazem ao fechar as agências todos os anos. Greve. Organização. Planejamento. Estratégia. Liderança. Nunca é o percentual de reajuste salarial que pedem, mas sempre conseguem algum reajuste todos os anos, inclusive mais participação nos lucros dos bancos. Protesto eficiente se faz em dia de semana sim, parando o país, enfrentando o governo, como os camioneiros. E não adianta o governo fechar acordo por cima, com a suposta cúpula do movimento, sem ter o apoio da base, dos peões, dos pais e mães de família que dirigem os caminhões e carregam grande parte das riquezas do país nas costas. 

Só tenho uma crítica ao movimento: pedir a intervenção militar. Um absurdo defendido por alguns, vale salientar, não por todos. No mais, sigam bem, camioneiros. Estão lutando pela própria sobrevivência, é verdade, mas estão nos dando uma grande lição e ajudando a abrir novos caminhos para o Brasil. “Pare o mundo que eu quero descer”, não. Pare o caminhão que eu quero subir. Peguemos carona, então.

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