Paraibana que fugiu da Ucrânia conta que filho pagou para resgatar família da guerra; veja

Facebook
Twitter
WhatsApp
Telegram

A artesã Silvana Pilipenko, que fugiu da guerra na Ucrânia e retornou à Paraíba no último dia 10, concedeu na tarde desta terça-feira, 19, uma entrevista emocionante do programa Muito Mais da TV Band Manaíra. Ao apresentador, Gerardo Rabello, ela contou detalhes sobre a saída de Mariupol onde morava com o marido, Vasyl, e a sogra, de 87 anos.

“Eu não imaginava que iríamos entrar em guerra. Apesar de todos os rumores, estávamos vivendo normalmente. Eu acreditava que os presidentes da Rússia e da Ucrânia iriam fazer um acordo de paz”, explicou ela. Silvana acrescentou que não pensava em deixar o país porque uma semana antes da guerra começar, a sogra sofreu uma queda e estava acamada. ALém disso, a família não possuia carro. “Mas, por volta das 6h do dia 24, uma prima do meu marido ligou e perguntou se estávamos bem. Ela nos disse que a guerra tinha começado. Depois, eu levantei e escutei as primeiras bombas. Nosso prédio tremeu. Eu já saí aflita, corri para a varanda do apartamento, no quarto andar e vi as pessoas correndo para se abrigar. Eu não acreditava no que estava acontecendo”, revelou.

Depois das primeiras bombas, aviões começaram a lançar explosivos, houve ataques com mísseis e ouviram-se tiros e outros estampidos.

Silvana, o marido e a sogra ficaram 32 dias no apartamento, mesmo depois das janelas terem sido quebradas pelos explosivos. Por causa do conflito, a internet e os serviços de telefonia pararam de funcionar e a paraibana perdeu o contato com familiares no Brasil e com o filho que estava trabalhando na Alemanha. Foi Gabriel, engenheiro naval embarcado em Taiwan, que conseguiu fazer com que os pais e a avó deixassem a Ucrânia em meio à guerra.

“Ele pediu para sair do emprego porque não conseguia conciliar o emprego com as buscas por nós. Ele se refugiu na Alemanha porque não conseguiria voltar para a Ucrânia porque seria recrutado para a guerra. Ele contratou um mercenário para nos resgatar. Na verdade, foram dois. O primeiro não conseguiu e o segundo, sim. Meu filho não sabia se estávamos vivos porque ele viu imagens de satélite mostrando a destruição em Mariupol. Mas, quando o homem contratado por meu filho nos encontrou, ele disse que Gabriel o havia enviado e falou uma palavra que meu esposo usava para conversar com meu filho, algo como ‘coelhinho’. Sabíamos que realmente tinha sido meu filho que o enviara. Ele nos deu 15 minutos para que nós nos arrumássemos. Não deu tempo para muita coisa. Minha sogra pegou os remédios e fomos embora num comboio porque só podiam ser grupos de três carros. Os veículos não podiam seguir sozinhos”, contou Silvana.

Gabriel Pilipenko estava economizando para comprar um apartamento. Mas, diante do desaparecimento dos pais e da avó, ele empregou o dinheiro no resgate.

Durante o período de guerra em que permaneceu na Ucrânia, a família enfrentou o frio de seis graus negativos e teve que racionar comida e os remédios para a sogra. “Os vizinhos se ajudavam mutuamente. Éramos solidários com água, alimentos e madeira para fazer fogo e nos aquecer. Cheguei a fazer uma sopa com uma lata de ervilha e dividir para nós três”, lembrou.

Atualmente, Silvana está reconstruindo a vida em João Pessoa. Ela está morando na casa da mãe e começou uma campanha para levantar fundos para se manter aqui. Foi disponibilizado um endereço do pix de Silvana ([email protected]) para quem puder ajudar. A família está precisando de ajuda para reorganizar as necessidades básicas como medicamentos, roupas e um emprego para o marido, o ucraniano Vasyl Pilipenko.

No vídeo abaixo, você pode conferir a entrevista de Silvana Pilipenko a partir dos 10 minutos e 38 segundos.

O programa Muito Mais é apresentado por Gerardo Rabello de segunda a sexta-feira do meio-dia às 13h30 no canal 10 da TV aberta.

Tags

Leia tudo sobre o tema e siga

MAIS LIDAS

Fraternidade Sem Fronteiras realiza encontro em João Pessoa com grandes nomes e programação cultural

Anteriores

d1ee34f1-6847-40a2-a698-be3c9fe6b6d1

Propaganda partidária 2025: prazo para legendas pedirem veiculação termina em 14/11

WhatsApp-Image-2024-11-07-at-3.49.22-PM

Presidente da ALPB revela que LOB da PM chegará em breve na assembleia

96d5154d-d3b0-46b9-b22d-b17659c21330

Ação conjunta entre PRF e Polícia Militar tira de circulação 10kg de crack em Santa Rita

14f33e54-beb5-4c32-adb8-91a26a6239b5

DER tem prazo de 30 dias para comprovar com documentos despesas da ordem de R$ 192,8 mil

838ba0ce2b752e555cdca92adf1bfb18-1-scaled

Parlamentar celebra autorização de obras de pavimentação na Comunidade Santa Bárbara

9d4c49f66384a91becc6ff525ad793a8-scaled

Vereador sugere criação de Mapa da Solidariedade para incentivo ao trabalho voluntário

PHOTO-2024-11-06-13-06-30

Convênio entre Cofeci e Sebrae beneficiará 650 mil corredores de imóveis e 92 mil empresas imobiliárias

imagem_2024-11-07_152143424

MPE requer cassação de diplomas de prefeita, vice e de vereador eleitos, em Mulungu

ea5575_ce5b4367f5194d0d9120d918fabff9b4~mv2

Paulo Maia demonstra que acusações de assédio são frágeis: “Pura manobra política”

WhatsApp-Image-2024-11-07-at-10.49.03-AM

Polícia Militar prende dupla suspeita de praticar roubos perto de UPA em Campina Grande