O jornalista Padre Albeni defendeu o deputado federal Wilson Filho (PTB-PB) das acusações de que ele faria parte de uma organização criminosa suspeita de fraudar a concessão de registros sindicais junto ao Ministério do Trabalho. Segundo o comunicador paraibano, as acusações são “vis e desrespeitosas”. Ele relatou que conhece a família e a pessoa do parlamentar e lhe diz: “Levante a cabeça e confie em Deus.”
Veja o que disse o Padre Albeni
Meu menino, que se tornou deputado federal Wilson Filho. Conheço seu caráter desde a sua formação como ser humano. Você tem todos os requisitos para representar meu Estado, a Paraíba, com dignidade e elevado senso de responsabilidade.
Fazendo parte de uma agremiação de pessoas com vários interesses pessoais, corre o risco de ser contaminado no convívio de vantagens alheias à nossa responsabilidade e ser comparado a outros que só pensam no seu mundo de ganhar, ganhar, e não percebem que este mundo mudou.
Caro deputado Wilson Filho, sou um simples amigo de sua valiosa família e admirador do seu trabalho na casa do povo brasileiro. Você não é e não será o último homem público a ser atingido desta maneira vil e desrespeitosa, sem direito ao contraditório.
Hoje, no nosso país, o importante é acusar, denegrir, humilhar e jogar na vala comum junto àqueles que desonraram suas funções e mandatos. Mas você não faz parte deste universo.
Lamento as dores morais de sua família e eleitores. Sei o que sua jovem e bela esposa Raquel passa neste momento, que seu filho venha ao mundo cheio de saúde e paz.
Filho, levante a cabeça e confie em Deus, que tudo pode. Imagine uma fila de 80 mil pessoas que acreditaram em você e uns dois ou três que hoje lhe criticam.
Do seu amigo e admirador, jornalista Padre Albeni
31 de maio de 2018
A acusação
A Polícia Federal (PF) deflagrou na última quarta-feira (30) uma operação para desarticular uma organização criminosa suspeita de cometer fraudes na concessão de registros sindicais junto ao Ministério do Trabalho. Os gabinetes dos deputados federais Wilson Filho (PTB-PB), Paulinho da Força (PDT-SP) e Jovair Arantes (PTB-GO) foram os alvos da ação policial.
O ParlamentoPB apurou que os policiais também realizaram buscas no apartamento do deputado paraibano. A assessoria dele em Brasília informou que Wilson estava acompanhando os agentes e não poderia dar declarações naquele momento, às 9h da quarta-feira.
Ao todo, a operação batizada de Registro Espúrio cumpriu 64 mandados de busca e apreensão, 8 mandados de prisão preventiva e 15 mandados de prisão temporária, além de outras medidas cautelares.
A ação policial foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e os mandados foram cumpridos no Distrito Federal, São Paulo, Goiás, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina e Minas Gerais.
De acordo com a PF, as investigações revelaram “um amplo esquema de corrupção dentro da Secretaria de Relações de Trabalho do Ministério do Trabalho, com suspeita de envolvimento de servidores públicos, lobistas, advogados, dirigentes de centrais sindicais e parlamentares”.
As apurações começaram há um ano, segundo a PF. São investigados crimes de organização criminosa, corrupção passiva e ativa e lavagem de dinheiro.
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