Foi deflagrada na manhã de hoje pela Polícia Civil a Operação Proditor do Vale, na região do Vale do Mamanguape. A finalidade é investigar e desbaratar uma organização criminosa (Orcrim) que atua no Litoral Norte da Paraíba, onde foram presos integrantes de facções e agentes públicos, que são policiais. Os crimes cometidos pelo grupo se deram em diversas cidades como Rio Tinto, Mamanguape e Baía da Traição. Até as 7h, já eram oito os presos e dentre eles estavam dois sargentos da Polícia Militar.
O nome da operação, proditor, significa aquele que atraiçoa; traidor e faz uma referência justamente ao envolvimento de policiais no crime organizado.
A Polícia Civil descobriu através de várias investigações que entre os crimes cometidos pela Orcrim estão um assalto que rendeu mais de R$ 500 mil e no qual saiu ferido um policial militar em Mamanguape. Também é atribuída a essa organização um outro assalto a um comerciante em Rio Tinto, no qual a família da vítima foi feita refém por uma noite inteira. Sob a mira das armas, os familiares do comerciante também foram obrigados a tirarem as roupas.
As investigações realizadas até agora demonstram que o grupo praticava assassinatos e filmava as execuções. Eles oferecem o “serviço” de segurança privada em Baía da Traição e quem se recusasse a pagar corria o risco de ter a casa atingida por disparos de armas de fogo. No caso das mulheres, elas eram torturadas e tinham os cabelos arrancados.
Na lista dos crimes desse grupo ainda estão assaltos aos seguranças do Detran e de universidades de onde foram levadas as armas de fogo destes profissionais. Lojas de motocicletas e frigoríficos também foram alvos do bando na cidade de Mamanguape.
No que diz respeito à participação de agentes públicos nos crimes, ficou provado que a organização tinha a parceria de policiais que ajudavam nas ações com todo apoio possível.
A investigação contou com várias equipes de Mamanguape, Solânea, Brejo, inclusive com delegacias especializadas da Capital, além do Departamento de Repressão ao Crime Organizado e do Grupo de Operações Especiais da Polícia Civil da Paraíba (GOE).
Segundo os delegados Coordenadores das ações, Sylvio Rabello e Diógenes Fernandes, as investigações prosseguem e o intuito é prender e manter esse grupo preso, além de avançar em outras diligências.