O secretário-geral da ONU, António Guterres, encontrou-se ontem (27) na sede da ONU, em Nova Iorque, com o príncipe e vice-primeiro-ministro da Arábia Saudita, Mohamad Bin Salman Al Saud, a quem expressou a sua “profunda gratidão” pela doação de US$ 930 milhões para o Fundo Humanitário da ONU para o Iêmen.
Segundo uma nota do gabinete do porta-voz de Guterres, a doação saudita cobre quase um terço do plano de resposta humanitária necessária para o Iêmen, que é de US$ 2,96 bilhões. O secretário-geral afirmou que “mesmo com essa generosa doação, ainda são necessários mais dois bilhões para resolver a pior crise humanitária do mundo.”
Mais de 22 milhões de iemenitas precisam de ajuda, incluindo dois milhões de crianças deslocadas devido ao conflito. António Guterres espera que outros doadores sigam este “exemplo generoso” do príncipe saudita e façam novas doações no evento de alto nível sobre o Iêmen que acontecerá em Genebra, na Suíça, em 3 de abril.
Obrigações e acordo
Segundo a nota, o chefe da ONU e o príncipe “discutiram as obrigações de todas as partes do conflito, segundo a lei humanitária internacional, de proteger civis e infraestruturas civis.” Eles falaram ainda sobre “a necessidade crítica de acesso humanitário” ao Iêmen e de que todos os portos do país se mantenham abertos ao movimento comercial e humanitário.
Por fim, eles abordaram “a necessidade de todas as partes do conflito negociarem um acordo político” que conduza à paz. Guterres afirmou que “terminar com o conflito é a única maneira de resolver a contínua crise humanitária na região.”
No mês passado, o subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários, Mark Lowcock, declarou que o financiamento é essencial para garantir que as Nações Unidas e seus parceiros possam fornecer comida a 8,5 milhões de iemenitas e água potável a quase 5,5 milhões.
O conflito no Iêmen começou há exatamente três anos. A onda de violência no país árabe se iniciou em março de 2015, com rebeldes houthis lutando contra o governo do presidente Mansour Hadi e forças de coalizão lideradas pela Arábia Saudita.
Agência Brasil