O radialista Nilvan Ferreira foi um fenômeno das urnas. Especialmente se levarmos em consideração que na recente história política da Paraíba nenhum comunicador conseguiu sucesso sequer para garantir uma vaga na Câmara Municipal. Chegar ao segundo turno na eleição municipal foi uma proeza que lhe garantiu um espaço eleitoral importante na capital do Estado. Mas, passado o pleito e sem o mandato que as urnas não chancelaram, o movimento natural de Nilvan seria o retorno ao seu batente de origem: os microfones da TV e Rádio Correio.
Aí, reside uma incógnita. Mesmo com audiência substancial, o cajazeirense voltará à 98 FM e à afiliada da Record? o assunto é evitado pela cúpula da empresa. Mas, há resistência ao retorno. O principal motivo é claro. “Nilvan paz e amor” do primeiro turno se modificou no segundo e bateu com gosto no adversário Cícero Lucena, que venceu as eleições.
Depois do resultado, em entrevista coletiva, Nilvan garantiu que seria “a voz da oposição”. Deu a senha para dificultar seu regresso.
O mesmo Sistema Correio que fechou o jornal impresso este ano e que enfrenta, assim como os demais, uma crise econômica de proporções gigantescas poderia acolher o líder da oposição ao futuro prefeito ou preferiria evitar esse “desconforto”? Obviamente, não existe apenas essa opção profissional para o comunicador. Mas, a saia justa do Correio é, em tese, comum a todos.
“Preciso voltar a trabalhar, fazer a feira, mas isso só devo definir no início de janeiro”. Foi o que disse Nilvan ao programa Frente a Frente da TV Arapuan.
É isso. A herança da oposição não é um passaporte muito fácil de carregar num momento de crise aguda como a que vivemos.