O presidente do PTB paraibano, Nilvan Ferreira, rebateu declarações do deputado federal Wilson Santiago, que considerou ter sido justa a prisão de Roberto Jefferson, presidente nacional do partido. Para Nilvan, quem deveria estar preso era o parlamentar paraibano.
“Logo Wilson, que um dia desses estava sendo visitado pela Polícia Federal na Operação Pés de Barro, acusado de desviar dinheiro de um açude no interior, que poderia levar água para o povo do Sertão da Paraíba. Até o celular de Wilson Santiago foi apreendido pela Polícia Federal escondido dentro de um frigobar no quarto dele. Então, ele não tem nenhum tipo de moral para falar da prisão de Roberto Jefferson. Quem devia estar preso era você, Wilson, que é acusado de desviar milhões de reais de uma obra que poderia estar levando água de qualidade para o povo da sua terra, Uiraúna”, disse Nilvan em entrevista à Rádio Arapuan.
Segundo Nilvan, Wilson não analisou o caso de forma concreta, de forma real. Para ele, Jefferson foi preso por crime de opinião. “Roberto foi preso pelo que ele disse nos últimos meses e pela defesa do presidente Bolsonaro. A estratégia é para tirar Roberto Jefferson de combate”, afirmou.
Prisão de Jefferson
Roberto Jefferson foi preso na manhã da última sexta-feira (13) pela Polícia Federal, após autorização do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A ação ocorreu no âmbito da investigação sobre suposta organização criminosa digital voltada a atacar as instituições a fim de abalar a democracia aberta pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, após o procurador-geral da República, Augusto Aras, pedir o arquivamento do inquéritos dos atos antidemocráticos.
Milícia digital
O inquérito que investiga a organização e o funcionamento de uma milícia digital voltada a ataques à democracia foi aberto em julho, por decisão de Moraes.
Nessa investigação, a PF apura indícios e provas que apontam para a existência de uma organização criminosa que teria agido com a finalidade de atentar contra o Estado democrático de direito.
O ex-deputado Roberto Jefferson foi o pivô do escândalo do mensalão, em 2005, envolvendo denúncias de pagamento em dinheiro a deputados da base de apoio do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva .
Em novembro de 2012, no julgamento do mensalão no STF, ele foi condenado a 7 anos e 14 dias de prisão, pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva.
Nos últimos anos, já sem mandato parlamentar, Jefferson se aproximou do presidente Jair Bolsonaro. Em suas redes sociais, começou a postar fotos com armas. O armamento da população é uma das principais causas do presidente.