O desembargador Nilo Ramalho, relator do pedido de desfiliação do deputado estadual Guilherme Almeida, do PSB, averbou-se suspeito e decidiu não emitir mais seu parecer, que se encontrava em fase de conclusão. Para afastar-se do caso, Nilo alegou a necessidade de evitar "especulações de ordem política". A atitude do desembargador foi uma resposta à pressão da imprensa a respeito da nomeação de um dos filhos dele, o advogado Cecílio Ramalho, para um cargo na Prefeitura de João Pessoa. Há ainda, outras três nomeações de filhos do desembargador para cargos no Governo do Estado.
"Como forma de se evitar especulações de ordem política que possam trazer prejuízo a linha de isenção que este tribunal sempre adotou, em suas decisões, e mesmo considerando que o advogado Cecílio da Fonseca Vieira Ramalho Terceiro, desligou-se voluntariamente e há bastante tempo do exercício do cargo comissionado na prefeitura de João Pessoa, e ainda, considerando o fato de ser um profissional da advocacia independente e alheio ao controle deste relator, entendo por bem, por razões de foro íntimo, averbar-me suspeito de funcionar no presente feito, determinando a redistribuição na forma regimental", diz o despacho de Nilo Ramalho.
"Eu não tive nenhuma participação na nomeação de meus filhos. Eles têm uma vida independente. Foram nomeados por seus méritos. Um deles é policial militar e estará na sua atividade seja qual for o Governo. Eu sou uma pessoa simples, não tenho aspirações burguesas. Não me sinto inibido de julgar qualquer processo porque nunca sofri influência de partidos, nem de Governos e nem de familiares. Meus julgamentos são feitos de acordo com minha consciência", disse ele à Rede Paraíba Sat.
"Os fatos são distorcidos pela imprensa e não gosto de ter a vida de meus filhos exposta. Resolvi me averbar suspeito para resguarda-los e também a mim", encerrou.
Processo – Segundo Nilo Ramalho, o processo de Guilherme Almeida está pronto para ser levado a julgamento. Ainda de acordo com ele, a demora será para redistribuir a matéria: "O processo está pronto para julgamento. Se o novo relator entender que é necessário, poderá pedir diligências, mas acredito que será levado a julgamento em breve", disse.