Numa sala de aproximadamente 4m x 4m na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, o governador afastado do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido), mantém uma rotina que se divide entre a leitura de livros e a visita de familiares e dos advogados.
Nesta quarta-feira, Arruda recebeu, pela quinta vez, a visita de sua mulher Flávia Arruda. Ela chegou com uma sacola nas mãos, trazendo o almoço do governador afastado. Flávia ficou por volta de uma hora na PF.
Segundo a Polícia Federal, a alimentação de Arruda, que é preparada em casa, passa pela mesma revista de qualquer presidiário, quando agentes reviram a comida em busca de possíveis objetos escondidos. Ao chegar ou sair dos encontros com o governador, Flávia não fala com a imprensa.
Na manhã de hoje, o policial militar Francisco Souza tentou entregar livros de autoajuda para o governador, mas foi impedido pela Polícia Federal.
Na noite de ontem, Arruda apareceu na janela. No momento, um grupo de cinco católicos, que se dizem amigos do governador afastado, faziam uma vigília. Eles ficaram por cerca de uma hora no local.
Munidos de cânticos católicos e um megafone, as cinco pessoas conseguiram chamar a atenção de Arruda, que abriu a janela para espiar o que ocorria do lado de fora da Polícia Federal. Rezaram o "Pai nosso", cantaram de mãos dadas e distribuíram palavras de elogio ao governo Arruda. As aparições de Arruda na janela são raras.
Folha Online