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Milionários, ex-BBBs, machões e nobres disputam Parlamento

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Muitas pessoas têm dificuldade em se entusiasmar com as eleições para o Parlamento Europeu. Mas deveriam prestar mais atenção à colorida lista de candidatos em oferta. De milionários a machões, de sangues azuis a celebridades, a votação da semana que vem tem de tudo.

Silvio Berlusconi, poderoso magnata da mídia e primeiro-ministro italiano, queria reunir alguns "rostos novos" para as eleições do Parlamento Europeu de 2009. Mais especificamente, ele pensava em exibir uma série de mulheres atraentes, incluindo dançarinas profissionais e participantes da versão italiana do "Big Brother" conhecidas em todo o país por causa de seus trajes mínimos. Na visão dele, elas trariam juventude e glamour para seu partido de centro-direita Povo da Liberdade (PDL). Mas então a mulher de Berlusconi, Veronica Lario, cansou-se dessa exibição de feminilidade jovem e denunciou publicamente o marido e a "falta de vergonha no poder". Então, Berlusconi abandonou o plano de reunir uma equipe de jovens mulheres para concorrer.

A única que sobreviveu ao corte foi Barbara Matera. Loira, com as medidas no lugar, e ex-concorrente forte do concurso "Miss Itália", a estrela e apresentadora de TV de 27 anos pode ser vista em vários vídeos no YouTube. Dizem também que sua inexperiência é um refresco no mundo da política.

Isso é algo que certamente não pode ser dito a respeito de Elena Basescu. Essa jovem de 28 anos já bateu cartão em Bruxelas como trainee de um membro do parlamento do partido de seu pai, Traian Basescu, presidente da Romênia. Elena trabalha como modelo, tem a reputação de ser festeira e, de acordo com o jornal austríaco "Der Standard", é "conhecida por ter uma vida amorosa variada". Graças em parte à sua aparência – cabelos longos até os quadris e uma boca expressiva – a mídia adora se referir a ela como a "Paris Hilton romena". Em resposta aos críticos que dizem que ela não tem o poder de fogo intelectual necessário para representar seu país no Parlamento Europeu, o pai dela diz que Elena é "muito mais esperta do que as pessoas imaginam".

Inteligência não é problema para Rachida Dati, a celebridade francesa da lista de candidatos. Dati estudou economia e direito antes de trabalhar no mundo dos negócios e no escritório de um promotor. Sua carreira deslanchou em 2002, quando conseguiu um emprego no gabinete do então ministro de interior Nicolas Sarkozy. Quando ele foi eleito presidente, Dati ganhou um empurrãozinho e se tornou ministra da Justiça.

Nem todos no Ministério da Justiça ficaram felizes com a escolha. Logo depois da chegada de Dati, o chefe de gabinete do ministério e outros altos funcionários limparam suas mesas. E seria um exagero dizer que Dati – a bela mulher de 43 anos e origem norte-africana, educada em escola católica – fez muito para socorrer o doente sistema judiciário da França. As manchetes que ela conseguiu normalmente tinham mais a ver com gastos altos e aparições arrogantes.

Quando Dati deu à luz uma menina em 2 de janeiro, toda a França estava assistindo. Acrescentando mistério ao evento, Dati se recusou a identificar o pai da criança, dizendo, em vez disso: "Minha vida privada é complicada". Agora há especulações na mídia francesa de que o presidente Nicolas Sarkozy espera se livrar da política problemática – enviando-a para Bruxelas.

Lá, Dati poderá cruzar com Gabriele Pauli, que já foi a administradora mais jovem de um distrito na Alemanha. Pauli é famosa no país desde 2007, quando criticou publicamente Edmund Stoiber, então governador da Bavária, e desencadeou uma série de acontecimentos que acabaram na renúncia de Stoiber da posição de chefe da União Social Cristã, partido-irmão da União Democrática Cristã (CDU) da chanceler Ângela Merkel. Pauli se beneficiou com essa querela. Logo depois, ela apareceu na capa de uma revista, enrolada numa bandeira da Bavária, usando luvas de látex e com uma expressão apaixonada. Agora ela está concorrendo a uma vaga no Parlamento Europeu pelos Eleitores Livres, pequeno partido conservador da Bavária – seu trabalho mais difícil até agora.

Outras figuras impressionantes

Não são somente mulheres fortes que estão lutando por cadeiras no parlamento, essa instituição pouco apreciada, apesar de não totalmente desconhecida, que se reúne algumas semanas em Bruxelas e outras em Estrasburgo, na França. Os candidatos da lista também incluem algumas figuras impressionantes. Há o sueco Christian Engström, de 48 anos, candidato do Partido Pirata, que tem lutado por libertar a internet do controle e intervenção do governo. Um veredicto que impôs multas e sentenças de prisão aos operadores do popular site de compartilhamento de arquivos "Pirate Bay" tornou o partido popular. Fundado em 2006 como um partido de protesto, ele cresceu tanto que hoje é o terceiro maior partido da Suécia, de acordo com pesquisas. Engström não deve ter problemas para chegar a Bruxelas.

Uma vez lá, o matemático sueco poderá conversar com o político tcheco de 60 anos Vladimir Remek, por exemplo, o primeiro cosmonauta não-russo no espaço. Mas começar uma conversa com seu vizinho nórdico Ari Vatanen, da Finlândia, pode ser um desafio maior. Vencedor do Rali Dakar por quatro vezes, Vatanen, de 57 anos, é um cristão democrata conservador conhecido por sua economia de palavras. De fato, é difícil imaginar que o ex-cosmonauta tcheco, o "pirata" sueco e o motorista de rali finlandês terão muita coisa em comum para discutir.

Vatanen pode se dar melhor com Emanuele Filiberto Umberto Reza Ciro René Maria de Savoia, o neto de 36 anos do último rei da Itália, e príncipe de Veneza e Piemonte. O herdeiro do extinto trono italiano também concorre como democrata cristão, apesar de, no seu caso, estar ligado a um dos pequenos partidos descendentes do antes poderoso "Democrazia Cristiana", que foi derrubado no começo dos anos 90 por uma onda de alegações de corrupção.

Conforme Savoia se vangloriou numa entrevista coletiva recente, ele fala cinco línguas, conhece metade dos chefes de Estado europeus pessoalmente – e tem parentesco com outra metade. E os líderes de seu partido não perdem tempo em confirmar que ele é uma "pessoa extraordinária e muito capaz".

Até agora, o príncipe não teve grande sucesso em sua vida profissional e política. Na verdade, ele parece ter tido um pouco de má sorte – assim como momentos difíceis – com alguns de seus parceiros, amigos e funcionários. Um deles esteve ligado a um escândalo de chantagem envolvendo jovens dançarinas, outro está sendo investigado por sonegação de impostos e fraude, e um terceiro foi preso por suspeita de se envolver com atividades da máfia.

"Vou me dedicar às minhas ovelhas"

Problemas similares perseguem outro candidato a parlamentar, George "Gigi" Becali. O romeno de 50 anos de idade, empresário, político e dono do clube de futebol Steaua Bucuresti passou recentemente duas semanas sob custódia antes de ser levado a julgamento. Dizem que seus cinco guarda-costas localizaram três ladrões que haviam roubado o carro de luxo de Becali. Uma vez descobertos, os ladrões foram supostamente colocados no porta-malas de um carro, levados para longe e espancados durante horas.

Becali não vem de uma família real como o italiano Savoia. Em vez disso, ele vem de uma família de pastores nos Cárpatos e fez sua fortuna no setor imobiliário. Mas, assim como o príncipe, Becali também sente que nasceu para governar. "Serei um governante firme e sábio", anunciou quando concorreu à presidência da Romênia, sem sucesso. Agora – com a ajuda de slogans de extrema-direita – ele está lutando por uma cadeira no Parlamento Europeu. Se não tiver sucesso na política, disse Becali a um repórter de rádio, "vou voltar a me dedicar às ovelhas".

Em comparação com Becali, até Slavi Binev deixa a desejar. O búlgaro de 43 anos já foi dono de discotecas e boates. Ele e seus parceiros controlam empresas de entretenimento, construção e segurança. Ele emprega cerca de 20 mil pessoas e lucra milhões. Mas, acima de tudo, Binev goza da reputação de ser campeão internacional de Tae Kwon Do nos Bálcãs (1990) e na Europa (1992). O slogan de campanha de Binev é "O que não nos mata, nos fortalece". Ele foi eleito para o Parlamento Europeu em 2007 pelo partido nacionalista radical Ataka – e planeja continuar lá.

Primus inter pares

Silvio Berlusconi é o único que talvez possa superar seus ilustres concorrentes vindos do leste da Europa e da alta nobreza. Nenhum deles é capaz de ostentar a riqueza – ou experiência em tribunais – do primeiro-ministro italiano de 72 anos. E ele também tem seu valor como entretenimento, que é inigualável – e talvez insuperável. Por exemplo, ele recentemente escapou por pouco de ser levado a julgamento por corrupção graças a uma emenda aprovada pelo parlamento italiano, que por acaso é controlado por seu partido. Nas últimas semanas, a mídia italiana tem revelado quase que diariamente novos detalhes sobre a relação – provavelmente de longa data – de Berlusconi com uma bela jovem de Nápoles que acabou de completar 18 anos. A mulher de Berlusconi há mais de 30 anos anunciou seus planos de se divorciar dele, dizendo que não pode ficar com um homem que "busca a companhia de menores".

E, como se não houvesse problemas suficientes em sua vida e no país que ele governa, agora Berlusconi também quer ser eleito para o Parlamento Europeu. Ele já esteve lá uma vez, quando ainda era permitido que os políticos atuassem nos parlamentos nacionais e no Parlamento Europeu ao mesmo tempo. Mas ele não comparecia com frequência e servia mais como uma figura simbólica. Dessa vez, é bem provável que Berlusconi não assuma a cadeira que ele com certeza conquistará. Em vez disso, é quase certo que ele renuncie ao posto depois da eleição para abrir caminho para que um candidato alternativo suba na lista. Tudo diz respeito à eleição, a ajudar seus candidatos escolhidos, a emprestá-los uma voz por meio de sua insondável popularidade na Itália. E também diz respeito a ajudar o maior número possível deles – incluindo a adorável Barbara Matera – a conseguirem uma cadeira no Parlamento Europeu.

Enquanto isso, Matera, se acreditarmos no que dizem os jornais, está trabalhando duro num curso intensivo sobre política.

Fonte: Der Spiegel

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