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Mentor de estupro coletivo e mortes de mulheres em Queimadas é preso no Rio

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Eduardo dos Santos Pereira, mentor do crime conhecido como a Barbárie de Queimadas, foi preso hoje no Rio de Janeiro, em uma ação da Polícia Civil da Paraíba, por meio da Draco, com o apoio da Polícia Civil do Rio.

Eduardo estava foragido desde 2020.

Juntamente com o irmão e outros homens, em 2012, Eduardo estuprou cinco mulheres em uma festa organizada exatamente com esse propósitico. Duas delas foram assassinadas.

O caso:

A educadora Izabella Pajuçara havia sido aprovada em um concurso e estava perto de ser nomeada professora da rede estadual da Paraíba, quando sua vida foi interrompida por uma brutalidade. No dia 11 de fevereiro de 2012, ela postou em suas redes sociais a oração de São Jorge: “Eu andarei vestido com as armas de Jorge, para que meus inimigos tendo pés não me alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo os olhos não me vejam e nem em pensamento possam me fazer mal”. Ainda naquele sábado, porém, Izabella foi a uma festa sem saber que estava a caminho de uma armadilha.

Ela não poderia ter suspeitado. A festa aconteceria na casa de seu ex-cunhado, Eduardo dos Santos Pereira, no Centro de Queimadas, no interior da Paraíba. O dono da residência tinha organizado tudo com o irmão, Luciano dos Santos Pereira. Sete mulheres estavam no encontro, entre elas Izabella e a amiga Michele Domingos, além de nove homens e três adolescentes. A certa altura, Eduardo e Luciano saíram acompanhados de outros presentes “para comprar gelo”. Já passava das 23h quando seis homens encapuzados chegaram armados. Um deles avisou: “Ninguém reage, se não morre”.

O que houve a partir de então foram cenas de puro terror. Os criminosos prenderam os convidados e estupraram cinco mulheres. Enquanto lutava para evitar a violência contra ela, Izabella reconheceu o dono da casa como o agressor e foi friamente executada. Mesmo destino teve Michelle, presente quando a amiga gritou o nome do ex-cunhado: “Eduardo, não! Tanto que eu fiz por você! Mainha não vai gostar disso!”. Sete homens foram presos e três adolescentes, apreendidos pelo ocorrido. Mentor do crime, Eduardo foi condenado a 108 anos de cadeia e seu irmão, a 44 anos de reclusão.

O caso ficou conhecido no Brasil todo como a “Barbárie de Queimadas”.

Luciano dos Santos era o único deles que seguia preso em regime fechado. Idealizador do estupro, seu irmão Eduardo fugiu da Penitenciária de Segurança Máxima Doutor Romeu Gonçalves de Abrantes, em João Pessoa, usando uma porta lateral do complexo, em novembro de 2020. Era procurado pela polícia até hoje, quando foi preso.

Segundo as investigações, o crime foi planejado como “presente de aniversário” para Luciano. Horas antes da festa, os estupradores compraram abraçadeiras plásticas, também chamadas de enforca-gatos, para prender as vítimas. Já durante o encontro, os irmãos deixaram o imóvel com os comparsas apenas para voltar, minutos depois, armados e com as cabeças cobertas por capuzes e máscaras de carnaval. Eles entraram anunciando um assalto, mas, na verdade, o objetivo era violentar as mulheres. Duas delas estavam com seus maridos, agredidos e ameaçados de morte para não reagir.

As mulheres foram mantidas num cômodo da casa, presas com os enforca-gatos, de olhos vendados e com meias na boca. Uma a uma, elas eram forçadas a ir para um outro quarto, onde os criminosos batiam nelas e as estupravam. De acordo com depoimentos prestados na delegacia, Izabella Pajuçara se defendeu com tanta força que a máscara usada por Eduardo saiu da cabeça dele o bastante para a professora identificá-lo. Naquele momento, Michelle também estava no cômodo. Por conta disso, as duas amigas foram enfiadas dentro de um carro e levadas para serem assassinadas.

Michelle ainda saltou do veículo em movimento, mas recebeu quatro disparos, sendo dois na cabeça, diante da Igreja Matriz, onde havia participado de uma missa na véspera. Ela foi achada por um PM ainda com vida e levada para um hospital, mas não resistiu aos ferimentos. Já Izabella foi encontrada morta numa estrada próxima, com marcas de três tiros e uma meia dentro da boca.

Segundo as vítimas, Eduardo voltou para casa sem máscara e fingiu que não sabia de nada. O próprio criminoso foi à delegacia local para “denunciar” o assalto a sua casa. Mas os policiais começaram a desconfiar dele e de seu irmão imediatamente, achando estranha a frieza de ambos ao narrar tudo o que havia ocorrido. Os dois foram presos no velório das mulheres mortas.

Julgados em outubro do mesmo ano, Eduardo e Luciano foram condenados às maiores penas entre os envolvidos.

Os outros cinco condenados receberam penas de até 30 anos de prisão fechada, mas todos já tiveram progressão para o regime semi-aberto. Jacó Sousa, sentenciado a 30 anos por estuprar duas mulheres e ajudar no abuso das outras três, foi morto a tiros em 2020, quando estava em liberdade condicional.

Os envolvidos

Ao todo, sete homens foram presos e três adolescentes apreendidos por envolvimento no crime.

Em outubro de 2012, em 107 páginas de sentença a juíza Flávia Baptista Rocha decidiu pela condenação dos seis homens julgados pelo caso. Os seis réus foram sentenciados pelos crimes de cárcere privado, formação de quadrilha e estupro, entre eles Luciano dos Santos. Ele foi condenado a 44 anos de reclusão, pelo estupro de quatro mulheres e participação em mais um abuso sexual.

Fernando de França Silva Júnior, vulgo ‘Papadinha’, foi condenado a 30 anos de prisão, por estuprar uma vítima e colaborar para a violência sexual de outras quatro. Jacó Sousa foi sentenciado a 30 anos de reclusão, por estuprar duas mulheres e participar no abuso das outras três vítimas. Ele foi morto a tiros em 2020, quando estava em liberdade condicional.

Luan Barbosa Cassimiro deve cumprir 27 anos de reclusão, pela violência sexual praticada contra uma vítima e participação no estupro das quatro demais. José Jardel Sousa Araújo foi condenado a 27 anos e Diego Rêgo Domingues a 26 anos e seis meses de reclusão. Ambos participaram dos cinco estupros. Diego saiu para o semiaberto em 2018.

Já Eduardo dos Santos foi à júri popular. Após 19 horas de julgamento, apontado como o mentor da ‘Barbárie de Queimadas’, Eduardo foi condenado a 108 anos e dois meses de prisão. Ele foi considerado culpado por dois homicídios, formação de quadrilha, cárcere privado, corrupção de menores e porte ilegal de arma, além dos cinco estupros. Por estes crimes, ele foi condenado a 106 anos e 4 meses de reclusão. Além disso, ele recebeu uma pena de 1 ano e 10 meses de detenção pelo crime de lesão corporal de um dos adolescentes envolvidos no crime. Ele foi encaminhado à Penitenciária de Segurança Máxima Doutor Romeu Gonçalves de Abrantes de João Pessoa, conhecida como PB1, de onde fugiu. Os três adolescentes envolvidos no crime também foram julgados a medidas socioeducativas.

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