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Meio milhão

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Atingimos a triste marca simbólica de meio milhão de vítimas fatais da Covid-19. Isso sem considerar as mortes indiretas, decorrentes da própria doença ou mesmo do distanciamento social.

Conheci idosos que definharam deprimidos, por causa do isolamento. Pessoas que morreram de problemas cardíacos tempos depois de se curar do Coronavírus, como sequela dessa doença.

Há críticos mais emocionais que colocam quase que exclusivamente nas costas do presidente Bolsonaro a responsabilidade por essa tragédia, enquadrando-o como genocida. Há outros que militantemente o isentam dessa culpa, argumentando que ele fez o que estava ao seu alcance. No entanto, o fato é que o enfrentamento da pandemia é coletivo, assim como compartilhado o seu fracasso.

Governadores e prefeitos que não agiram a tempo, com imposição de medidas de isolamento e sua fiscalização também são responsáveis. Cada cidadão que não se apresenta para se vacinar ou retornar para a segunda dose; que não respeita das regras sanitárias de uso de máscara, higienização das mãos, distanciamento, etc., também contribuiu para chegarmos ao trágico cenário em que nos encontramos.

Empresários que, criminosamente, promovem festas clandestinas, e as centenas ou milhares de jovens que as prestigiam, desdenhando da doença, e ainda se exibindo pateticamente com orgulho nas redes sociais, comprometem a eficiência de qualquer política pública relacionada. Vocês são muito culpados!

Sem falar o óbvio: que boa parte desse quantitativo deve-se à dinâmica natural e inevitável do próprio vírus, à sua rápida e fácil disseminação e contaminação. É claro que, se fôssemos mais cuidadosos (o poder público e os cidadãos), o vírus não conseguiria fazer tanto…

Faço essas ponderações não para disfarçar ou minimizar a responsabilidade do Presidente da República, pois cada um deve responder pelos seus atos, independentemente do malfeito dos outros. O faço por uma questão de justiça e compromisso sincero com a realidade, de acordo com minha perspectiva.

Dito isso, passo a analisar exatamente a conduta e a postura do Presidente neste contexto, as quais considero profundamente lamentáveis.

O nosso líder máximo não diferencia muito bem a sua pessoa do cargo que ocupa. Bolsonaro (ou Lula, Dilma, Temer, FHC) é alguém bem diferente do Presidente da República, chefe de Estado e comandante da nação. Causa perplexidade sua forma de comunicação pública, debochada, como se estivesse em uma churrascada com os amigos, tomando umas e outras…

Como um adolescente rebelde, ele resiste em assumir a seriedade de sua função, em reconhecer a força motora presente em suas declarações, que determinam comportamentos.

Como um adolescente rebelde, sem ponderar as consequências dos seus atos, sem qualquer sabedoria e maturidade, faz deste problema de saúde pública um exclusivo jogo político-ideológico, no qual adotar as necessárias exigências sanitárias e de restrição social significa sucumbir à oposição e ao projeto da esquerda.

Para O Mito e seu rebanho, apresentar-se publicamente sem máscara e nos braços do povo é demonstração de independência e coragem. E quando utiliza máscara, sua irritação e descontentamento públicos em manuseá-la comunicam subliminarmente muito a todos nós, com resposta concreta e fatal para a vida de meio milhão de pessoas…

Como um adolescente rebelde, há mais de um ano ele se nega a aceitar a gravidade da situação…

Ele nega.

Ele nega e é exatamente esse o ponto: ele é um negacionista insistente e acha que isso é ser um conservador de verdade. O resto é consequência.

E o que menos o país precisava nesse momento era de um negacionista à frente das principais decisões.

Independentemente do que pensa a pessoa do Jair Bolsonaro, o Presidente da República há mais de um ano se mostra incapaz de oferecer aos brasileiros, de forma clara, direta e repetida, a mensagem mais importante: “usem máscara!” e “vacinem-se!”. Do contrário, orgulha-se em dar um contratestemunho desastroso, testando sucessivamente a paciência de Ministros e Secretários de Saúde Brasil à fora, como um adolescente rebelde…

E negará também as urnas eletrônicas de 2022, se o resultado não lhe agradar, ameaçando, com a rebeldia de um adolescente, a sobrevivência democrática para meio milhão, ou melhor, para duzentos milhões de brasileiros…

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