Mafalda Moura
O ex-governador José Maranhão (PMDB) disse hoje que será o candidato a prefeito de João Pessoa, "atendendo ao pedido do povo e também de integrantes do PMDB". Ele criticou a atuação de empresas terceirizadas na saúde do município e prometeu extinguir os contratos caso seja eleito.
– Uma candidatura no sistema democrático é sempre decidida pelo povo. O povo quer a minha candidatura, eu sou o mais bem votado. Não estou forçando barra, coloquei meu nome, e não me fiz de rogado perante os apelos dos colegas de partido e do povo da Paraíba. Não devemos o excluir as participações dos jovens, mas defendemos que candidato seja quem estiver em condição melhor perante o povo. Se eleito for, no dia seguinte eu acabo com essa privatização e os hospitais públicos voltarão a ser eficientes.
Maranhão admitiu que a campanha desse ano será difícil, no entanto demonstrou confiança em um bom desempenho nas urnas. Para o ex-governador, nada é impossível em se tratando de política.
– Difícil é um boi voar, mas se você colocá-lo e um avião grande, ele voa. Sei que vai ser dificílima, pois vamos enfrentar duas máquinas, a do Estado e a do Município. E você sabe do que esse pessoal é capaz. Essa campanha é difícil por essas razões, mas quem vai decidir é o povo, e o povo de João Pessoa é inteligente, esclarecido e politizado. Eles acompanham com altivez o que acontece na cidade. Vou enfrentar uma batalha difícil, mas não impossível, principalmente se conseguirmos unir as forças da oposição.
José Maranhão falou da campanha de governador, da derrota e admitiu que apoio de Cássio Cunha Lima (PSDB) ao projeto eleitoral de Ricardo Coutinho (PSB) foi fundamental para vitória do socialista.
– Eu não direi que não cometi erros, pois errar é humano, mas numa atitude de humildade eu digo que todos estão sujeitos ao erro. Todas as pesquisas mostravam vitória esmagadora no primeiro turno e eu comecei a perceber que, boa parte dos aliados se acomodaram, calçaram o salto alto e acharam que a campanha estava ganha. Eu dizia, alertava pra ninguém comemorar e sim trabalhar. Eu clamei a todos para que o otimismo não prejudicasse a campanha, mas não conseguimos que isso acontecesse. Mas uma coisa é certa, a candidatura do meu adversário (Ricardo Coutinho) só ultrapassou a ponte do Sanhauá depois do apoio de Cássio, esse fato desequilibrou as forças. O fator Cássio foi fundamental.
Sobre Manoel Junior Maranhão não quis falar muito, disse apenas que não o considera um adversário e sim um colega de partido.
– Eu tenho em Manoel Junior um companheiro de partido, desde o início. Mesmo quando foi ao PSB nós o apoiamos, não considero um concorrente, mas um companheiro que está oferecendo seu nome para que o povo escolha. Outros partidos só tem um candidato. Alguns como o PT só tem um e quer retirar. O PMDB tem dois.