Uma caravana com representantes de vários ministérios do governo federal visitou os estados da Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte para discutir o potencial da região na produção de energia solar e eólica. A região têm recebido muitos empreendimentos de energias “renováveis” nos últimos anos.
Preocupado com os impactos gerados na produção de energia eólica no estado da Paraíba, o deputado federal Luiz Couto fez um pronunciamento sobre o assunto e explicou que todo esse processo está causando danos às comunidades de agricultores. “Os impactos são danosos para a saúde das pessoas, dos animais e do meio ambiente”.
Confira o pronunciamento feito pelo parlamentar no último dia 30 de outubro:
“Hoje venho a este plenário chamar atenção sobre os impactos socioambientais e econômicos que vem sofrendo a população paraibana em virtude da instalação dos grandes empreendimentos, eólico e solar, principalmente na região do Sabugi paraibano onde tem se constatado avanços de áreas em estado de desertificação.
É visível e notória a destruição que vei0 após a instalação dessas grandes torres eólicas e placas fotovoltaicas, estruturas que ameaçam a vida da população local e também de todo o meio ambiente.
Os relatos, naqueles municípios, sobre os problemas na saúde, contratos abusivos, impactos ambientais, sociais e econômicos são graves e atingem a vida principalmente de comunidades tradicionais, rurais e quilombolas.
O discurso disseminado pelas empresas é que as energias renováveis são fontes de energias limpas e que não causam impactos, o que é uma inverdade.
Na sexta-feira, em Santa Luzia – Paraíba, instituições que compõem a Articulação do Semiárido Paraibano, agricultoras, agricultores, representantes de comunidades quilombolas, Fetag, Comitê de Energias Renováveis do Semiárido – CERSA e professores universitários, reuniram-se com representantes do Governo Federal da Secretaria Geral da Presidência da República, INCRA, Ministério do Meio Ambiente, Desenvolvimento Agrário, Minas e Energia para um diálogo sobre os impactos das chamadas energias renováveis para denunciar os danos ambientais e sociais que vem sofrendo a população atingida pelos parques eólicos e usinas solares.
Durante a atividade foi realizada uma visita à área de instalação dos parques eólicos e solares, e evidenciou-se que a forma de como foram implantados vem trazendo graves consequências para o meio ambiente e a vida das populações locais, com grandes áreas desmatadas causando assoreamento de nascentes e riachos, o uso de herbicidas poluindo e contaminando açudes, rios e desta forma provocando várias doenças para as famílias que residem no entorno.
A instalação desses parques eólicos e usinas solares ameaçam constantemente o presente e o futuro da agricultura familiar agroecológica que vem sendo desenvolvida por camponeses e quilombolas da região semiárida.
É importante lembrar que o modelo como vem sendo instalados esses empreendimentos afetam não só a população local, pois com a contaminação do solo e da água, toda a população está exposta e com suas vidas em riscos.
A partir desta visita que envolveu diversos órgãos locais e federais, estão sendo produzidos relatórios que serão encaminhados às autoridades competentes. Uma vez que, quem está em jogo é a vida dos sertanejos e das regiões impactadas pelos danos”.