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‘Los Lobos’ foca o particular para falar do drama universal da imigração

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Um ônibus numa estrada sob uma bela luz de um amanhecer leva à cidade mexicana de Juárez, fronteira dos EUA, dois meninos e sua mãe em busca do sonho americano na cidade de Albuquerque, a maior cidade do estado de Novo México. O diretor mexicano Samuel Kishi Leopo abre seu segundo longa-metragem com esta cena para nos contar o drama desse pequeno núcleo familiar cujas motivações vão sendo destiladas ao longo da narrativa. ‘Los Lobos’ (2019, 95min) teve estreia no Brasil em setembro último com distribuição da Vitrine Filmes em salas de cinema e streamings.

A cinematografia mexicana contemporânea, em sua maioria comédias, pode ser conferida com uma quantidade razoável de filmes disponibilizados pela Netflix. ‘Los Lobos’ traz um retrato sombrio, embora poético e comovente, da realidade daqueles que têm de deixar seu país por questões econômicas, políticas, ou mesmo pessoal, como é o caso de Lúcia (Martha Reys Arias) que leva consigo seus dois filhos Max (Maximiano Nájar Márquez), 8 anos, e Leo (Leonardo Nájar Márquez), 4 anos. Os meninos vão motivados a conhecer a Disney.

Com roteiro assinado pelo próprio Samuel Leopo em colaboração com Luis Briones e Sofía Gómez-Córdova, o filme nos conduz por uma narrativa que enfatiza o cotidiano de duas crianças presas em um minúsculo apartamento num bairro de imigrantes pobres, enquanto a mãe dá duro numa lavanderia para trazer-lhes comida à noite. Max e Leo ouvem repetidamente as regras ditadas por Lúcia num gravador de fita cassete, onde também acessam as aulas de um inglês tosco gravadas também pela mãe. Eles passam horas olhando o mundo lá fora através da única janela desejosos de liberdade.

Leopo (e seus colaboradores de roteiro) tiram leite de pedra para tecer essa narrativa que se repete na lentidão cotidiana de Max e Leo, só rompida com a fuga deles para se juntar às brincadeiras dos garotos do bairro e visitas à senhora Chang (Cici Lau) e seu marido, chineses locadores do imóvel onde a família se instalou. É esse contato dos garotos com o mundo lá fora que vai gerar os primeiros conflitos, mas também uma relação de amizade com a acolhedora senhora Chang, comovida com a solidão das criança e sua penosa espera pela mãe.

O que nos cativa nessa história é a empatia que criamos pelos três protagonistas (mãe e garotos). É a partir do ponto de vista deles, sobretudo de Max e Leo, que o espectador acompanha a narrativa. É com a ingenuidade deles que nos comovemos e de onde o filme extrai alguns momentos cômicos. Dois deles quando os garotos repetem em inglês as falas para solicitar um bilhete para a Disney e quando escutam e questionam as regras impostas pela mãe (nunca sair do apartamento e não chorar). Os dois atores mirins têm ótimas atuações e são também irmãos fora da tela.

Com 13 indicações ao Prêmio Ariel, inclusive ao de Melhor Filme. O Prêmio, concedido pela Academia Mexicana de Artes e Ciências Cinematográficas, acontece ininterruptamente desde 1946, sendo o maior reconhecimento para o cinema mexicano. ‘Los Lobos, no entanto, teve boa aceitação internacional ao ser selecionado para a 70th edição do Berlin Film Festival em 2020, quando foi agraciado com o Grande Prêmio do Júri Internacional do Generation Kplus (Melhor Filme); para o 41º Festival Internacional do Novo Cinema Latino-Americano de Havana, 2019 (Prêmio Signis Award), para o Busan International Film Festival de 2019, na Coreia do Sul, e, no Brasil, para o Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba, no ano passado.

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