Os três principais líderes do PT na Câmara, Marco Maia (RS), Cândido Vaccarezza (SP) e Paulo Teixeira (SP) fizeram uma reunião de mais de três horas nesta quinta-feira para demonstrar que estão unidos. O ato é uma respostas às afirmações de que os grupos de Maia e Vaccarezza estão brigando pela articulação política do governo.
"Nesses últimos dias saíram muitas matérias tratando sobre divergências entre nós. Fizemos essa reunião exatamente para verificar nossas diferenças e queremos dizer que não temos divergências, trabalhamos de forma conjunta e articulada", disse o presidente da Câmara, Marco Maia.
Embora negue a existência de divergências, Maia admitiu o passado de disputas entre os grupos partidários que cada um dos três representa dentro do PT.
"Tivemos disputas, não negamos isso. Mas essa disputa é passado, voltamos a conviver e construir as políticas na Câmara de forma articulada. Óbvio que temos momentos e situações em que a bancada discute e isso é uma característica inerente do PT."
As movimentações de ambos os grupos tiveram início após a saída de Antonio Palocci da Casa Civil. Como ele era o principal articulador político da presidente Dilma Rousseff, o cargo do ministro Luiz Sérgio (Relações Institucionais), que pelo menos no papel é o responsável pelo diálogo com o Congresso, começou a ser cobiçado.
Luiz Sérgio, do mesmo grupo de Vaccarezza, á apontado por aliados como um ministro fraco e sem poder. O grupo de Marco Maia, maioria na Câmara, diz que não pode ter menos cargos no governo. Com isso, Arlindo Chinaglia (PT-SP), aliado do presidente da Casa, chegou a ser indicado.
Ao final da reunião de hoje, os três negaram querer o cargo e saíram em defesa de Luiz Sérgio. "O ministro tem todo o nosso apoio e nós não gostaríamos de discutir sucessão, pois isso é assunto que cabe apenas à presidente Dilma", disse Vaccarezza. O líder no governo negou, inclusive, ser cotado para a vaga. "É até um constrangimento alguém levantar o meu nome."
A presidente Dilma Rousseff ficou irritada com essa disputa interna no partido e o nome da senadora Ideli Salvatti está sendo cotado para o cargo. O problema é que o único entendimento entre os dois grupos é que o substituto de Luiz Sérgio deve vir da bancada petista.
Os três também vieram a público para negar ter algo contra Ideli. "Não temos nenhum problema com ela, muito pelo contrário. Ela sempre foi uma pessoa muito competente na área em que tem atuado", afirmou Maia.
Folha Online