A Justiça paraibana determinou na manhã de hoje a prisão de Marvin Henriques, que é investigado por suposta participação na chacina de Pioz, na Espanha, onde uma família paraibana foi morta. A decisão foi tomada durante sessão da Câmara Criminal do Tribunal de Justiça da Paraíba, seguindo o voto do relator do processo, juiz Tércio Chaves de Moura.
O assassino, o paraibano Patrick Nogueira Gouveia, que está preso na Espanha, enquanto estava na casa e aguardava o tio Marcos após ter assassinado Janaína e as crianças, conversou por WhatsApp com Marvin, que estava em João Pessoa. Nas mensagens, Marvin ri, não manifesta indignação e ao final diz ao amigo “Boa sorte.”
Marvin teve a prisão decretada por tentativa de violar a tornozeleira eletrônica que estava usando, o que foi detectado pelo sistema de monitoramento.
O advogado do estudante, Sheyner Asfora, disse ao ParlamentoPB que não houve violação à tornozeleira eletrônica: “O que aconteceu foi um desgaste natural do equipamento e Marvin comunicou isso e pedimos a substituição, que foi feita. Sequer realizaram perícia na tornozeleira para saber se teria havido qualquer dano provocado. Com todo respeito à Câmara Criminal, o que está acontecendo é uma antecipação de pena. Marvin tem residência fixa, frequenta a universidade e não tem comportamento que enseje essa prisão. Vamos recorrer ao STJ para revogar a prisão e manter o monitoramento dele com a tornozeleira eletrônica, com a qual ele está desde novembro de 2016”, disse.
Sheyner também contesta a tese de participação de Marvin na chacina de Pioz: “Caso as provas sejam procedentes, ou seja, as conversas de WhatsApp com Patrick, assassino confesso, ele não cometeu crime. Foi uma conduta moralmente reprovável, mas não enseja crime. Ainda assim, ressalto que precisamos verificar se esses arquivos da conversa não foram manipulados”.
O paraibano Patrick Nogueira Gouveia, autor confesso das mortes de seus tios e primos em uma cidade de Pioz, no centro da Espanha, foi julgado e condenado pelos assassinatos.
De acordo com o processo, o brasileiro, conhecido como “o esquartejador de Pioz”, foi até a casa onde a família vivia na cidade de Pioz, em dia 17 de agosto de 2016, “com o propósito de acabar com a vida” de seus tios e primos. O crime causou perplexidade pelos requintes de maldade.
Segundo os autos, a tia de Patrick abriu a porta da casa na presença de seus filhos e permitiu a entrada do sobrinho. Em um dado momento, no qual ambos estavam na cozinha, ele a atacou de forma surpreendente e fez um corte em seu pescoço, que veio a causar sua morte. Em seguida, Patrick foi ao encontro de seus primos, um de quatro e outro de um ano de idade, e também os degolou.
Depois, com a intenção de ocultar o crime, o jovem esquartejou o corpo da tia e colocou as partes em sacolas plásticas, fazendo o mesmo com os corpos de seus primos, mas sem desmembrá-los, e começou a limpar o local, aguardando a chegada de seu tio.
Quando o tio entrou na casa foi recebido por Patrick, que esperou ele virar as costas para atacá-lo com várias facadas. Depois, esquartejou o corpo como fez com a tia, com a intenção de ocultá-lo.