Após um encontro com Sergio Moro (Podemos), o ministro aposentado do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa disse a pessoas próximas que vê com desconfiança a candidatura do ex-juiz.
O pré-candidato à Presidência pelo Podemos conversou com o ex-presidente do Supremo na segunda-feira (10), no Rio de Janeiro. A agenda faz parte de uma série de conversas políticas que o ex-magistrado marcou para a segunda semana do ano.
A reunião ocorreu a pedido do ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PL). Segundo aliados de Barbosa, na conversa, o ministro aposentado refutou qualquer possibilidade de ser candidato a vice de Moro ou mesmo disputar o governo do Rio de Janeiro.
A única chance de ele migrar de vez para a política é se for para se candidatar ao Planalto, avaliam ao menos dois amigos do ex-presidente do STF.
Depois do encontro, Barbosa disse a aliados que não vê como positiva a aproximação de Moro de procuradores da Lava Jato e militares. E também de sconfia que o ex-magistrado possa abandonar a disputa pela Presidência para tentar uma vaga no Senado se a candidatura ao Planalto não decolar.
A conversa entre eles ocorreu, dizem pessoas próximas de Barbosa, por cortesia do ex-presidente do STF, que não queria ser deselegante apesar de nunca ter nutrido muita simpatia pelo ex-juiz. Pelo contrário.
Quando Moro deixou a magistratura para assumir o Ministério da Justiça de Bolsonaro, Barbosa o criticou em conversas reservadas e disse que ele havia cometido um erro crasso.
O encontro entre ambos ocorreu no apartamento de Barbosa. O ex-ministro da Justiça promoveu a conversa enquanto está à procura um candidato ao governo do estado do Rio de Janeiro, onde o Podemos mantém aliança com o governador Cláudio Castro (PL).
Barbosa é mencionado por aliados de Moro como um nome que poderia ocupar esse papel. Mas a ideia não foi discutida com o comando do Podemos do Rio, que não foi informado do encontro.
Antes disso, em 2018, o ex-presidente do Supremo chegou a ser cotado para ser candidato à Presidência da República pelo PSB, que atualmente negocia uma chapa com o ex-presidente Lula (PT).
Barbosa comandou o STF no julgamento do mensalão, que levou à condenação de petistas pelo esquema no governo Lula.
Folha de S. Paulo