Em Moscou, diplomatas da embaixada brasileira relatam já ter recebido emails criticando os autores do vídeo que mostra torcedores brasileiros entoando palavras de baixo calão em volta de uma jovm russa, que causou polêmica nas redes sociais.
Circulam nas redes sociais pedidos para que os homens sejam punidos e expulso da Rússia. Essa ação, no entanto, dependeria de uma queixa formal da vítima, que não foi registrada. Também de acordo com a embaixada brasileira em Moscou, não houve contato do governo russo com o Itamaraty sobre o episódio.
Um dos homens que aparece cantando nas imagens é Diego Valença Jatobá, um político pernambucano que já foi secretário de Turismo em Ipojuca, nos arredores do Recife, e que já postou outras fotos polêmica nas redes, entre elas um selfie que fez segurando um maço de dólares.
Ele fechou sua conta no Instagram e não responde a mensagens desde que o vídeo em que aprece com outros quatro torcedores vestindo a camisa da seleção brasileira passou a ser atacado na internet.
Mas Valença Jatobá e seus amigos não são os únicos a assediar mulheres na Rússia durante o Mundial. o comportamento deles segue um padrão que se repete nas ruas moscovitas e de outras cidades que recebem o torneio.
Atrizes nacionalmente famosas têm realizado publicações para apontar o caso como uma demonstração de machismo. Assim como outras internautas, elas estão aderindo a uma campanha com as hastags #MachismoNaCopa #NãoPassarão juntamente com os seguintes dizeres: “Não é engraçado. É machismo. Misoginia. E vergonha. Muita vergonha.”
Na gravação, os brasileiros se referem, de forma grotesca, às partes íntimas da russa. Sem compreender o português, a jovem cantou junto a eles. Fernanda Lima, que apresenta as temporadas do programa Amor & Sexo, considerou a atitude uma “brincadeira de mau gosto”. “Uma mulher que sequer sabia o que estava repetindo”, escreveu. Debora Nascimento, Pally Siqueira e Bruna Linzmeyer são outros nomes que usaram das páginas para expressas indignação.
A atriz e apresentadora Mônica Iozzi fez um post, mas se recusou a exibir o vídeo. “Me recuso a divulgar cenas que propaguem ódio, desrespeito, humilhação. Mas eu não conseguiria não falar sobre este vídeo horrendo. Constrangida por ver meu país sendo representado mundo afora por este tipo de gente. Indignada ao ver mais uma mulher sendo tratada com tamanho escárnio e desrespeito”, publicou.
ParlamentoPB com Folha de S.Paulo