Uma idosa de 68 anos foi diagnosticada com raiva humana. Ela está internada em estado grave e a doença teria sido registrada depois que ela foi mordida por uma raposa no dia 8 de abril em Riacho dos Cavalos, no Sertão da Paraíba. A Secretaria Estadual de Saúde informou que há cinco anos não eram verificados casos da doença no Estado.
Depois do primeiro atendimento ocorrido no dia 8 de abril, a idosa foi ao Hospital de Catolé do Rocha e já apresentava delírios, espasmos e agitação psicomotora, tendo sido transferida no mesmo dia para o Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW-UFPB), em João Pessoa, referência no tratamento da doença.
A idosa está entubada e sedada, mas mesmo assim tem apresentado espasmos. Somente no dia de ontem o diagnóstico de raiva foi confirmado através de exame laboratorial feito pelo Instituto Pasteur.
Raiva – De acordo com o ministério da Saúde, a raiva é transmitida ao homem pela saliva de animais infectados, principalmente por meio da mordedura, podendo ser transmitida também pela arranhadura e/ou lambedura desses animais.
O período de incubação é variável entre as espécies, desde dias até anos, com uma média de 45 dias no ser humano, podendo ser mais curto em crianças. O período de incubação está relacionado à localização, extensão e profundidade da mordedura, arranhadura, lambedura ou tipo de contato com a saliva do animal infectado; da proximidade da porta de entrada com o cérebro e troncos nervosos; concentração de partículas virais inoculadas e cepa viral.
Nos cães e gatos, a eliminação de vírus pela saliva ocorre de 2 a 5 dias antes do aparecimento dos sinais clínicos e persiste durante toda a evolução da doença (período de transmissibilidade). A morte do animal acontece, em média, entre 5 e 7 dias após a apresentação dos sintomas.
Não se sabe ao certo qual o período de transmissibilidade do vírus em animais silvestres. Entretanto, sabe-se que os quirópteros (morcegos) podem albergar o vírus por longo período, sem sintomatologia aparente.
Após o período de incubação, surgem os sinais e sintomas clínicos inespecíficos (pródromos) da raiva, que duram em média de 2 a 10 dias. Nesse período, o paciente apresenta:
mal-estar geral;
pequeno aumento de temperatura;
anorexia;
cefaleia;
náuseas;
dor de garganta;
entorpecimento;
irritabilidade;
inquietude;
sensação de angústia.
Podem ocorrer linfoadenopatia, hiperestesia e parestesia no trajeto de nervos periféricos, próximos ao local da mordedura, e alterações de comportamento.
A infecção da raiva progride, surgindo manifestações mais graves e complicadas, como:
ansiedade e hiperexcitabilidade crescentes;
febre;
delírios;
espasmos musculares involuntários, generalizados, e/ou convulsões.
Espasmos dos músculos da laringe, faringe e língua ocorrem quando o paciente vê ou tenta ingerir líquido, apresentando sialorreia intensa (“hidrofobia”).
Os espasmos musculares evoluem para um quadro de paralisia, levando a alterações cardiorrespiratórias, retenção urinária e obstipação intestinal. Observa-se, ainda, a presença de disfagia, aerofobia, hiperacusia e fotofobia.