Um segundo suspeito de envolvimento na tentativa de homicídio que deixou Luciano dos Santos Silva paraplégico foi preso na manhã desta terça-feira, 5 de março. Ismael Soares de Lima teria sido, segundo a polícia, um dos autores dos disparos contra a vítima, que ficou paraplégica em decorrência dos ferimentos.
Os tiros foram efetuados em plena praça pública durante réveillon da Baía da Traição e sua motivação teria sido a homofobia.
No último dia 27 de fevereiro, após ação integrada entre as Polícias Civil e Militar da 7ª e 8ª Área Integrada de Segurança Pública, em cumprimento a mandado de prisão expedido pela Comarca de Rio Tinto, foi capturado Ramon Mendes do Nascimentyo, igualmente responsável pelo crime contra Luciano. Conforme o delegado Walter Brandão, Ramon já havia sido alvo da Operação Loki, deflagrada em 2014 no Brejo Paraibano, e na qual foi acusado de matar outra vítima homossexual.
Luciano Santos, natural de Areia, foi atingido por vários tiros e foi socorrido ao Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa, de onde recebeu alta no dia 13 de janeiro. Ele relatou em uma rede social que estava com um grupo de amigos na praia onde acontecia a festa quando resolveu ir ao banheiro.
“Poucas horas depois do ano ter começado resolvi ir ao banheiro público e chamei um dos meus amigos para me acompanhar. Nesse trajeto entre o local da festa e o banheiro fomos bombardeados por ofensas preconceituosas de um indivíduo desconhecido acompanhando de uma mulher. O meu amigo que me acompanhava resolveu voltar e responder aquelas ofensas e para evitar discussões tentei encerrar a discussão verbal entre os envolvidos insistindo para que meu amigo fosse até o banheiro comigo”, comentou Luciano.
Ainda segundo a nota publicada por Luciano, “fomos até o banheiro, ficamos conversando um pouco e no momento de voltar para onde estávamos durante a festa um outro indivíduo que aparentemente conhecia o agressor verbal chegou atirando, o que resultou numa tentativa de homicídio onde eu fui vítima de arma de fogo, assim como meu amigo foi atingindo de raspão no dedo da mão”, disse.
“Foi mais um típico e absurdo caso de homofobia, onde fomos tachados de “bixinhas” por estranhos e a resposta à ofensa vitimou inocente. Não sei os motivos que levam e levaram pessoas a agirem assim por qualquer que seja o motivo, mas espero que um dia a paz vença a guerra para que viver seja só festejar. Violência gera violência! Estou me recuperando dos danos sofridos com cuidados em saúde. Em breve estarei de volta”, desabafou Luciano Santos.
Ismael, acusado de atirar contra Luciano
Ramon, o primeiro preso já havia sido acusado de outro crime homofóbico
Luciano, a vítima