O policial federal Lucas Soares Dantas Valença, de 36 anos, conhecido como ‘hipster da Federal’, morreu em Buritinópolis, no centro de Goiás, na madrugada desta quinta-feira (3), após invadir uma casa na zona rural e ser baleado pelo morador, segundo a Polícia Civil.
Lucas Soares Dantas Valença ficou conhecido como “hipster da Federal” após escoltar o então deputado cassado Eduardo Cunha, em Brasília. Ele até virou boneco de carnaval em 2017 no Recife.
Após a repercussão, Lucas ganhou milhares de seguidores nas redes sociais – na manhã desta quinta-feira, apareciam 111 mil no Instagram. Após a notícia da morte dele, as pessoas começaram a lamentar em comentários de fotos antigas.
Apesar de não publicar textos, vídeos ou fotos com muita frequência, sempre que aparecia no perfil, choviam elogios.
Lucas era policial federal em Brasília. Ele entrou na corporação em 2014 e chegou a integrar o Comando de Operações Táticas (COT). Antes, ele fez parte da Polícia Militar do Distrito Federal.
Como aconteceu
Familiares e amigos relataram à Polícia Militar que o policial se encontrava em surto psicótico desde o dia anterior, conforme o boletim de ocorrência.
Lucas Valença teria gritado do lado de fora dizendo que “havia um demônio” na residência, antes da invasão.
No interior da casa estavam o dono, a esposa e a filha do casal de 3 anos. O morador contou à polícia que ouviu barulhos de gente em volta da sua residência e uma gritaria com diversos xingamentos. Foi quando a vítima desligou o disjuntor de energia que fica fora da casa e arrombou a porta da sala.
Diante da escuridão e com medo, o morador atirou no policial com uma espingarda. A bala atingiu a barriga, segundo a ocorrência. Ele alegou à polícia que agiu em legítima defesa.
O delegado Adriano Jaime, que investiga o caso, disse que o morador foi preso por posse irregular de arma de fogo, mas pagou fiança e aguarda a investigação em liberdade.
“Como as circunstâncias do fato indicam que o autor agiu em legítima defesa, estava dentro da sua casa e defendendo a família, optamos por continuar as investigações somente por meio de inquérito”, esclareceu o delegado.
O dono da casa relatou que atirou em direção do invasor, mas que até então não sabia quem era. Após religar o disjuntor de energia, ele viu a vítima baleada e chamou a polícia e a ambulância.
Ainda segundo a ocorrência, a ambulância chegou a ir ao local, mas o policial já estava morto.
O Instituto de Criminalística da Polícia Civil esteve na chácara para fazer a perícia da cena do crime. O Instituto Médico Legal (IML) de Posse recolheu o corpo para fazer o exame cadavérico, que vai apontar as causas da morte.
Com G1