O vereador pessoense Hervázio Bezerra (PSDB) continua fazendo mistério sobre sua renúncia na Câmara para assumir o mandato estadual no lugar de Manoel Ludgério (PDT) que foi convocado para a recém-criada Secretaria de Articulação Municipal. Ontem, em entrevista ao Paraíba Agora, da Rede Paraíba Sat, o tucano deu sinais de que vai aceitar a oferta do governador Ricardo Coutinho (PSB), mas a palavra final só será dada depois da publicação do ato de nomeação de Ludgério no Diário Oficial do Estado.
Enquanto isso, ao ser abordado sobre a mudança de postura política, Hervázio explica que teve um comportamento "contundente, mas responsável" e que não deixou impedimentos na relação pessoal com Ricardo Coutinho enquanto o socialista era prefeito de João Pessoa.
– Eu fui eleito para ser oposição a Ricardo Coutinho, mas não à cidade de João Pessoa. Jamais fiz isso. Tivemos vários embates. Quis Deus, são os desígnios de Deus, que eu não me elegesse deputado e que o governador Ricardo Coutinho tivesse um gesto comigo. É assim que eu entendo e foi assim que foi tratado nas longas conversas que tivemos. Já ouvi quem eu tinha que ouvir e agora estou preparado para decidir.
A tão esperada resposta foi prometida para o dia da publicação do ato de nomeação de Manoel Ludgério.
Outro tema abordado na entrevista foi a convivência de Hervázio com o senador Cícero Lucena, presidente do PSDB, e adversário ferrenho de Ricardo Coutinho. Inicialmente, o tucano tratou da conversa difícil que teve com o amigo e da reação hostil da esposa do senador, Lauremília Lucena:
– Acho que para que eu viesse a desagradá-la, ela pode não ter gostado do que eu tinha para falar. O direito de um termina quando começa o do outro. Eu não tenho que esconder se eu decidir ir para a Assembleia, qual seria a opinião de Cícero Lucena. Não estou dizendo que vou. Eu posso surpreender todo mundo e dizer que fico. Existe essa possibilidade, não tem o que descartar, em função da insegurança jurídica, à fragilidade do cargo de deputado. O caso do secretário de Educação é um sinal do que disse o governador: só quem tem estabilidade é ele e o vice-governador, que foram eleitos. São 19 anos de amizade e respeito, solidariedade, divisão de alegrias com Cícero Lucena. Temos uma história. Essa amizade, independente de qual seja minha decisão, eu vou lutar incessantemente para que ela seja preservada.
Ao ser perguntado se ele acreditaria na preservação da boa relação, Hervázio foi sincero:
– Fica difícil para avaliar. O que eu puder, vou fazer.