Henrique Meirelles decide ficar no Banco Central

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O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, anunciou nesta quinta-feira (1º) que ficará no cargo a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Depois de uma semana de indecisão, ele deu sua resposta no início da noite e, assim, não disputará as eleições de outubro apesar de ter se filiado ao PMDB no ano passado.

"Ficarei no Banco Central visando garantir a estabilidade da economia brasileira em um ano cheio de desafios", disse Meirelles na sede do BC em Brasília. "Resolvi atender a um pedido do presidente e um apelo da direção do banco. Nunca tive ambiçoes políticas. Conclui que poderia contribuir mais ficando no Banco Central."

A resposta teria de sair até o fim desta semana, quando termina o prazo de desincompatibilização estipulado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que estabelece que o candidato deva deixar o cargo público até o dia 3 de abril.

Há dois dias, Meirelles disse que em 24 horas iria anunciar sua definição. No entanto, prolongou em mais um dia sua resolução, justificando que ainda estava em negociação com Lula. “A decisão é de muita responsabilidade. Não é apenas uma decisão de foro íntimo”, explicou ontem.

Recém-filiado ao PMDB, Meirelles chegou a ser destacado pelo presidente Lula e por petistas para ocupar a posição de vice na chapa da ex-ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Além disso, uma vaga no Senado ou no governo de Goiás chegou a ser cogitada.

Apoio político

Meirelles negou que os rumores de falta de apoio no partido para apostar na carreira política tenham sido cruciais para a permanência dele no cargo. “Em primeiro lugar, eu tenho apoio total do PMDB para me candidatar para o Senado. Recebi apelos fortes e apoio integral do partido”, justificou.

"Resolvi ficar no Banco Central, porque conclui ser a maneira mais eficaz de contribuir para que esta racionalidade econômica, esta responsabilidade econômica, permaneça nos próximos [anos]”, completou.

Segundo ele, a decisão tomada hoje, após conversas com o presidente Lula segue a estratégia de manter a atual política econômica adotada pela instituição até o final deste mandato. “Estamos em um momento de saída e é preciso deixar que na saída da crise não haja a volta da inflação. Temos de completar o ciclo”, explica.

O presidente do Banco Central afirmou que não havia ainda avisado oficialmente a legenda de sua permanência no posto e espera que a opção dele agrade a maior parte do partido que deve se aliar à candidatura de Dilma. “Eu vou comunicar agora o PMDB. Em respeito à opinião pública e aos profissionais da imprensa, eu dei a notícias para vocês em primeira mão e em seguida, vou comunicar a eles”, completou.

Sobre um eventual cargo no caso de Dilma ser eleita presidente, Meirelles desconversou: “Não discuti o futuro, seria inapropriado. Não discuto hipóteses”.

Até esta semana, o governo federal contabilizou a saída de 11 ministros que concorrerão às eleições em outubro. Ontem, 10 substitutos tomaram posse em uma cerimônia no Palácio do Itamaraty, em Brasília, comandada por Lula e pela pré-candidata petista.

Desde 2003 no Banco Central, Meirelles é o presidente que mais tempo ocupou o cargo. Também cumpre o mandato de presidente do Conselho Consultivo das Américas do Banco de Compensações Internacionais (BIS), uma espécie de Banco Central dos bancos centrais. Antes de assumir o posto com status de ministro no governo brasileiro, foi presidente mundial do BankBoston.

Ainda em 2002, foi eleito deputado federal por por Goiás pelo PSDB – como o mais votado: 183 mil – mas não chegou a ocupar o cargo para assumir o BC.

Juros e polêmicas

Ao assumir o Palácio do Planalto, Lula recebeu do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso a taxa-básica Selic em 25,5% ao ano – membros da equipe de transição de governo comentaram na época que o tucano promoveu aumento de 3 pontos percentuais no fim de 2002 em concordância com o petista. Hoje, em um trabalho atribuído a também Meirelles, a taxa está em 8,75% ao ano.

A gestão da questão dos juros colocou o ex-banqueiro em conflito com o chamado setor desenvolvimentista ao longo de todo o mandato de Lula. Com a queda de Palocci, em 2006, o presidente do Banco Central tornou-se a única voz conservadora na equipe econômica do petista.

Os desenvolvimentistas Guido Mantega, sucessor de Palocci no Ministério da Fazenda, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, e a própria Dilma cobravam redução mais forte dos juros. A crise econômica de 2008 estancou o debate e Meirelles foi alçado à condição de unanimidade no governo.

O setor produtivo também se queixou da política de juros do Comitê de Política Monetária (Copom), presidido por Meirelles. Mas quando as turbulências começaram no exterior, elogio o presidente do Banco Central por impor regras estritas que impediram maior exposição dos bancos brasileiros. O aumento do crédito nos últimos anos, superando a casa de R$ 1 trilhão, também foi atribuída em parte a ele.

Para blindar a política econômica, Lula decidiu alçar o cargo de presidente do Banco Central ao status de ministério. Mas isso apenas depois de Meirelles se tornar suspeito de crimes contra a ordem tributária. Em março deste ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) recebeu pedido de abertura de inquérito contra ele.

Além de adversários internos, conquistas concretas e acusações na Justiça, Meirelles conquistou prêmios: “Brasileiro do Ano 2008” pela revista “IstoÉ” e “Presidente de Banco Central do Ano 2007” pelo site Euromoney.

 

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