O secretário de Segurança e Defesa Social da Paraíba, Gustavo Gominho, comentou hoje a denúncia feita por um aliado do prefeito de João Pessoa, Ricardo Coutinho, de que o socialista estaria sendo seguido por um policial. Ele também minimizou a tese do chefe de gabinete da Prefeitura da capital, Nonato Bandeira, que anunciou uma varredura nos telefones celulares e fixos do prefeito e de auxiliares próximos para tentar detectar eventual grampo:
"Não acredito, em hipótese alguma, que algum policial civil ou militar tenha seguido Ricardo Coutinho. Acho uma bobagem essa conversa de grampo. Desafio qualquer um a provar que Ricardo Coutinho foi grampeado. Ouvi o pessoal da prefeitura dizer que ia realizar uma varredura para detectar o grampo. Isso não existe. Um celular funciona numa frequência de rádio. É como se você quisesse descobrir o que eu estou vendo na minha televisão em casa. Não tem como. Não há perito que consiga. Grampo em celular não é detectável", declarou Gominho, em entrevista concedida ao programa Bastidores, apresentado pelo Padre Albeni, na TV Master.
Durante a entrevista, o secretário, que foi policial federal por décadas, explicou que o grampo a um telefone celular só pode ser feito com as famosas maletas e, neste caso, elas não seriam descobertas pela perícia: "O problema das maletas é que o alcance delas é restrito. Só funcionam a uma distância de 500 metros do telefone grampeado".
"Não sou idiota" – Gominho descartou a possibilidade de um grampo ao prefeito a partir da Secretaria de Segurança. Ele admitiu existir um sistema chamado "Guardião", mas acrescentou que as gravações de conversas telefônicas nesse software só podem ser acessadas a partir de uma ordem judicial encaminhada às operadoras de telefonia. "Esse programa permite fazer a gravação simultânea de até 760 telefones, mas o áudio só é disponibilizado pelas operadoras com uma ordem judicial. E é obrigatório mandar uma cópia da gravação ao juiz. Seria uma idiotice total botar o telefone de alguém conhecido no meio de bandidos. Eu não sou idiota de usar o guardião para grampear um político. Não estou descartando que exista grampo ao telefone do prefeito, mas se existe, só pode ser feito com o equipamento da maleta".
PSB – Em outro momento polêmico de sua entrevista, Gominho tratou com tranquilidade as denúncias de assaltos a prédios públicos do Centro da cidade. Enquanto o apresentador Albeni Galdino enumerava as ocorrências envolvendo comunicadores conhecidos como Walter Santos, Gerardo Rabêlo e Fabiano Gomes, também lembrou dos dois arrombamentos ao prédio do PSB e foi interrompido pelo secretário:
"Você tem certeza de que houve arrombamento ao PSB? Quiseram botar a culpa da filmagem ao prefeito na polícia, mas tem um processo correndo na Justiça no caso do deputado Guilherme Almeida. Pediram as atas do partido. Coincidentemente, as atas desapareceram. Para bom entendedor, meia palavra basta. Não quero mais falar sobre isso", arrematou.