O recente vídeo divulgado pelo presidente Jair Bolsonaro conclamando o povo a participar das manifestações do dia 15 de março contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF) recebeu o repúdio e a reação de todas as frentes políticas em defesa da democracia. Para a presidente do PT de João Pessoa, Giucelia Figueiredo, a ameaça do presidente da república e de vários de seus seguidores à democracia é antiga. “Eles vêm defendendo publicamente um golpe dentro do golpe. Primeiro, atacaram a democracia quando cassaram o mandato da presidente Dilma Rousseff. Depois, prenderam ilegalmente e cassaram a candidatura do presidente Lula, em 2018. Agora, pregam ostensivamente o fechamento das instituições. Considerar essas iniciativas como atos isolados ou insanidades de um presidente é uma avaliação muito simplista e que pode custar muito caro ao nosso país. Mais do que nunca a defesa da democracia e do estado democrático de direito se faz necessária”, disse a dirigente petista da capital paraibana.
Militante histórica dos movimentos sociais, Giucélia afirmou que é imprescindível a articulação de uma frente popular em defesa da democracia, bem como o chamamento à mobilização dos movimentos sociais e populares: “Nenhum movimento substitui a força das ruas. Estamos vivenciando tempos de destruição de direitos, intolerância e violência contra as instituições”, argumentou.
A nova ameaça bolsonarista começou com um ataque do general Augusto Heleno ao Congresso Nacional. Ele disse que presidente é vítima de chantagem de parlamentares. “Nós não podemos aceitar esses caras chantagearem a gente o tempo todo”, afirmou, insinuando que os deputados federais e senadores estariam agindo para ficar com R$ 30 bilhões do orçamento.
Depois, Jair Bolsonaro disparou do próprio celular, pelo WhatsApp, um vídeo com uma convocação para as manifestações de 15 de março, organizadas por movimentos de extrema direita para defender o governo e protestar contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF). A gravação, em tom dramático, mostra a facada que Bolsonaro recebeu em Juiz de Fora (MG) para dizer que ele “quase morreu” para defender país e, agora, precisa que as pessoas vão às ruas para defendê-lo.
O Partido dos Trabalhadores, que já fez requerimento para convocar o general Heleno ao plenário do Senado, reitera que os presidentes do Legislativo devem se juntar às diversas vozes que repudiam os ataques à democracia por parte de Bolsonaro e de seus cúmplices civis e militares.