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Generais descartam ação contra atos antidemocráticos em frente a quartéis

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O comandante do Exército, general Freire Gomes, afirmou nesta quinta-feira (10) aos generais da Força que as manifestações antidemocráticas em frente aos quartéis não devem ser reprimidas pelos batalhões.

Na avaliação da cúpula do Exército, os atos são permitidos pela Constituição e, por mais que possam gerar distúrbios nas regiões militares, não devem ser encerrados por força.

A orientação foi repassada durante uma reunião que o Exército tradicionalmente realiza para o encerramento do ano de instrução, na qual a análise das ações realizadas pela Força é repassada ao generalato.

O encontro por videoconferência reuniu cerca de 150 generais da ativa e durou duas horas, segundo relatos de quatro participantes ouvidos pela Folha.

O foco da reunião foi especialmente os resultados das operações de garantia de votação e apuração —o apoio logístico e de segurança ao pleito— e os demais trabalhos realizados pelo Exército durante o ano.

As manifestações antidemocráticas em diferentes quartéis no país foram citadas por serem assunto relevante para a Força neste momento, de acordo com os generais.

Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) estão reunidos em frente a quartéis desde o fim do segundo turno, em protesto contra a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Os atos antidemocráticos pedem intervenção das Forças Armadas contra o resultado eleitoral.

A orientação aos generais foi dada em meio à insatisfação de Bolsonaro sobre como o caso tem sido conduzido pelo Exército. De acordo com pessoas com conhecimento do assunto, o presidente ficou irritado com notícias sobre uma suposta tentativa da Força de barrar manifestações em Brasília.

O Exército solicitou ajuda ao Governo do Distrito Federal para manter a segurança e a ordem pública em frente ao quartel-general em Brasília, com envio de ambulâncias e funcionários do serviço de limpeza para garantir a manutenção da área.

Outra preocupação de militares é com o sobrevoo de drones sobre as áreas militares, como manifestantes têm feito para gravar vídeos dos protestos.

Eles também entendem que a segurança dos apoiadores do presidente deve ser feita pelas Polícias Militares, e não pelos batalhões do Exército, que têm ajudado no controle do trânsito e segurança dos prédios públicos.

Pela reunião desta quinta ser ampla e com pauta pré-definida, assuntos mais sensíveis à Força não foram tratados. Tradicionalmente, esses temas são discutidos em encontros periódicos e presenciais do Alto Comando do Exército.

As últimas horas têm sido acompanhadas com apreensão por generais da cúpula do Exército.

Em conversas reservadas, os oficiais têm argumentado que o relatório do Ministério da Defesa sobre o processo eleitoral trouxe conclusões técnicas, e não políticas.

O documento, entregue ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) na quarta (9), não aponta nenhum indício de fraude nas eleições, mas apresenta sugestões e pede a apuração sobre o momento da compilação dos códigos-fontes e a geração dos programas eleitorais.

Por outro lado, alguns generais consideraram inadequada a nota divulgada pela Defesa, nesta quinta, que diz não descartar a possibilidade de fraude nas eleições.

“Não é possível assegurar que os programas que foram executados nas urnas eletrônicas estão livres de inserções maliciosas que alterem o seu funcionamento”, escreveu a pasta.

A fiscalização do pleito feita pelo Ministério da Defesa foi usada por Bolsonaro para alimentar teorias da conspiração sobre fraudes nas urnas eletrônicas.

No âmbito político, aliados de Bolsonaro aprovaram o comportamento do Ministério da Defesa de emitir a nota desta quinta e dizem acreditar que ela é importante para manter a mobilização bolsonarista pelo país.

Além disso, a análise é que o relatório fortalece Bolsonaro na oposição e indica que o presidente manterá mesmo fora do governo o discurso —sem provas— de que o sistema eletrônico de votação não é confiável.

 

Folha Online

 

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