A declaração do presidente Jair Bolsonaro sobre um pedido ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, de um “parecer” para desobrigar o uso de máscaras por quem estiver vacinado contra a Covid ou por quem já tiver contraído a doença repercutiu negativamente em todo o país. Na Paraíba, as duas principais autoridades de saúde demonstração repúdio ao posicionamento do presidente.
O secretário estadual de Saúde Geraldo Medeiros disse que a ideia de Bolsonaro não deve ser posta em prática neste momento: “Qualquer medida contra o uso de máscara e do distanciamento físico das pessoas é maléfica nesse momento em que temos mais de 8 mil mortos no Estado por causa da doença. Não se pode pensar em abandonar os meios de prevenção, principalmente o uso de máscaras. Sabemos que a pessoa que toma a vacina, ainda que sejam as duas doses, após 14 dias, quando se alcança a maior proteção, pode contaminar outras pessoas. E quem já teve a Covid-19 pode ser reinfectada e ter um episódio mais grave de coronavírus. Esse não é o momento de retirar máscara, que é um meio de proteção importantíssimo”, comentou Geraldo Medeiros.
Mais contundente, o secretário de Saúde de João Pessoa, Fábio Rocha, é contra a proposta do presidente: “Eu discordo da ideia. Se eu fosse Marcelo Queiroga, iria propor um estudo científico sobre a retirada das máscaras com a condição que o presidente tomasse a vacina primeiro. Está provado que o uso de máscara terá que ser feito por muito tempo. É lastimável um presidente abrir a boca para falar uma bobagem dessas. Ele calado é fantástico!”.