O governo dos Estados Unidos afirmou nesta sexta-feira (11) que a Rússia pode invadir a Ucrânia nos próximos dias. Na sequência, vários países ocidentais aconselharam seus cidadãos a deixar a região. O clima de tensão piorou com os treinamentos militares previstos para durar dez dias.
São tanques de guerra a perder de vista que intensificaram exercícios militares nesta sexta. Vídeo divulgado pelo Kremlin mostra que eles são capazes de passar sobre o lamaçal depois que a neve derrete.
Os soldados descem dos helicópteros e, entrincheirados, treinam para combate a 75km da capital da Ucrânia. São simulações de guerra de uma aliança formada entre Rússia e Belarus.
Imagens novas de satélite mostram que mais tropas russas foram posicionadas a menos de 25km da fronteira. E ao sul, na baía de Sevastopol, Moscou estacionou dois navios de desembarque.
O exército da Ucrânia comunicou nesta sexta que, agora, forças inimigas cercam quase todo o país. E o conselho de segurança e defesa anunciou que os ciberataques russos triplicaram e estão mais preocupantes porque agora miram a infraestrutura, incluindo o setor financeiro e de energia.
Diante dessa situação, o secretário de Estado americano foi para o lado oposto em uma viagem estratégica. Pegou um voo de 27 horas até a Austrália para se encontrar com os ministros das Relações Exteriores daquele país, do Japão e da Índia, em uma aliança que eles chamam de quadrilátero. O objetivo é fazer frente na Ásia à aliança entre China e Rússia.
Lá, Antony Blinken ordenou que americanos na Ucrânia saiam de lá imediatamente; são cerca de 30 mil pessoas. Ele disse:
“Continuamos a ver sinais preocupantes de escalada russa, incluindo novas forças chegando à fronteira ucraniana. Estamos em uma janela em que a invasão pode começar a qualquer momento, e isso inclui durante as Olimpíadas.”
Ele se refere às Olimpíadas de Inverno que ocorrem na China nesse momento. Enquanto alguns analistas apostam que a Rússia não invadiria a Ucrânia para não ofuscar o evento do país aliado, outros olham para trás e lembram da invasão da Geórgia. A Rússia atacou o país durante as Olimpíadas de Pequim de 2008.
Na quinta-feira (10), o presidente Joe Biden já tinha avisado que os americanos devem sair da Ucrânia. Japão, Holanda e Coreia do Sul foram atrás e também pediram para que seus cidadãos deixem o país.
Biden disse: “Não estamos lidando com uma organização terrorista. Estamos lidando com um dos maiores exércitos do mundo”.
Biden acrescentou que, em caso de invasão, não vai colocar militares na Ucrânia para ajudar famílias que tenham permanecido. Ele disse: “Quando americanos e russos começam a atirar uns contra os outros isso é uma guerra mundial.”
Para evitar uma uma guerra mundial, os Estados Unidos e a Aliança Militar do Ocidente, a Otan, mantêm a posição de que não vão colocar militares para a Ucrânia e não vão participar de uma guerra por lá caso o país seja invadido. O que vão fazer em conjunto é impor sanções à Rússia e ajudar a armar o exército ucraniano, como já vem sendo feito.
Na madrugada desta quinta, chegou mais uma remessa americana à Kiev. O armamento faz parte de uma ajuda de US$ 200 milhões; foram mais de 130 toneladas de granadas e outras munições.
Os Estados Unidos também vão deslocar um batalhão de cavalaria da Alemanha para a Romênia. Os tanques chegaram nesta sexta. Serão cerca de mil soldados. A estimativa é que as forças russas somem mais de 130 mil.
Neste sábado (12), Joe Biden e o presidente russo, Vladimir Putin, vão conversar mais uma vez para tentar se entender.
Por g1
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