Notícias de João Pessoa, paraíba, Brasil

Em 1ª agenda pública, Queiroga é recebido com protesto na USP

Facebook
Twitter
WhatsApp
Telegram

São Paulo – O novo ministro da Saúde, o médico paraibano Marcelo Queiroga, foi recebido com protestos estudantis nesta quinta-feira na Faculdade de Medicina da USP, sua primeira agenda pública desde que assumiu o cargo, na última terça-feira.

Queiroga atendeu a um convite da direção da faculdade, que havia encaminhado a ele um manifesto de professores titulares da instituição que pedia o compromisso do governo federal com medidas científicas de combate à pandemia.

O ministro passou primeiro pelo Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da USP (Incor) acompanhado do ministro da Educação, Milton Ribeiro; do cardiologista Roberto Kalil, do Incor; e do secretário de Saúde do Estado de São Paulo, Jean Gorinchteyn. Ali, afirmou ser necessário coordenar ações conjuntas no combate à pandemia, sem precisar quais.

O movimento foi visto por membros da comunidade médica como uma sinalização de mudança nos rumos da pasta, que até então entrava em conflitos com governos estaduais, em especial com a gestão de João Doria (PSDB).

— Temos uma emergência sanitária de importância internacional (…). É necessária a união de todos com base na ciência, com base no humanismo, para que consigamos superar essas dificuldades — disse o ministro.

Em seguida, Queiroga visitou o HC e se dirigiu a pé à Faculdade de Medicina da USP, onde participou de um evento com professores da instituição, representantes do movimento estudantil e médicos. Na chegada, foi recebido por um protesto de cerca de 60 estudantes de medicina que criticam o governo Bolsonaro e sua política de combate à pandemia.

O ministro ouviu gritos de “vacina sim, cloroquina não”, “vacina, pão, saúde e educação” e “Bolsonaro genocida”.

No evento, Queiroga se comprometeu a criar um grupo de trabalho que será coordenado pelo pneumologista e professor da USP Carlos Carvalho, que deverá elaborar um protocolo de tratamento da Covid-19 a ser adotado pelo ministério. Carvalho é um crítico contumaz de tratamentos alternativos e comprovadamente ineficazes, como o uso de cloroquina e ivermectina no tratamento de pacientes com coronavírus.

A ação foi vista pelo diretor da faculdade, Tarcísio Eloy de Barros Filho, como uma resposta ao manifesto da instituição, que pedia o fim de tratamentos sem eficácia comprovada.

— O ministro se mostrou aberto ao diálogo e parece querer trabalhar em conjunto com a academia. Aparentemente é uma mudança de rumo, vamos poder oferecer (sugestões) mais rapidamente e ter retorno das contribuições. Não havia a mesma agilidade (antes) nem a mesma disposição ao diálogo — diz Barros Filho.

Queiroga também conversou, após o evento, com o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas.

O ministro se comprometeu com participantes do evento a garantir a transparência na divulgação dos dados relativos à pandemia, um dia depois de sua pasta ter dificultado o registro de mortes de vítimas da Covid-19. O ministério voltou atrás da decisão no mesmo dia.

Queiroga ainda afirmou, segundo Eloy, que quer uma vacinação mais rápida contra o coronavírus e que a defesa do distanciamento social será uma prioridade de sua gestão à frente do ministério, o que contrasta com o comportamento do presidente Jair Bolsonaro, que raramente usa máscara e reiteradamente estimula aglomerações e critica medidas de distanciamento.

— Espero que consigamos dar uma guinada agora neste momento crítico (no combate à pandemia). A sociedade precisa se convencer que o isolamento social é a única forma de parar a disseminação do vírus. Todas as manifestações do ministro têm sido no sentido de trocar uma linha mais negacionista por uma mais construtiva — disse Giovanni Cerri, presidente do InovaHC (instituto de inovação do hospital).

Na saída da faculdade, o ministro Queiroga precisou ser escoltado por seguranças até o carro devido à manifestação dos alunos.

— Os protestos são naturais em uma democracia — disse Queiroga ao GLOBO enquanto era escoltado em direção à saída da instituição. Ele não deu mais declarações à imprensa.

Bruna Mikahil, aluna do sexto ano de medicina na USP, foi uma das pessoas a participar do protesto contra a visita do ministro. Segundo ela, participaram do ato apenas estudantes que já precisam fazer atividades presenciais no local.

— Fizemos marcações no chão para tentar manter o distanciamento. Viemos demonstrar que estamos na luta contra o negacionismo. O governo continua defendendo medidas contra o isolamento social e a favor de medicamentos ineficazes no tratamento do vírus — diz ela.

 

 

 

O Globo Online

Tags

Leia tudo sobre o tema e siga

MAIS LIDAS

Arthur Urso leva “esposas” para passear sem roupa íntima na orla de João Pessoa

Professores da UFPB desistem de candidatura e apoiam Terezinha e Mônica

Anteriores

Sala de Tribunal

Mulher acusada de jogar filho com deficiência intelectual em cisterna vai a Júri na 2ª feira

Criança tem perna errada operada

Ministério Público instaura procedimento para apurar “erro médico” contra criança em Campina

PF operação contra abuso sexual infantil 2

PF prende acusado de armazenar e compartilhar cenas de abuso sexual contra crianças e adolescentes

TSE sessão 25 de abril de 2024

Ex-secretário de Malta fez transporte irregular de eleitores, confirma TSE

cofeciromulo

Cofeci sugere a Arthur Lira lei que fomente o acesso à locação de imóveis

concurso

MPPB recomenda reabertura de inscrições do concurso de Juripiranga

Trauma de CG 2

Médicos erram e operam perna errada de criança no Trauma de Campina; equipe é afastada

Valdiney Gouveia, eleição

Valdiney Gouveia deseja “sorte e sabedoria” a Terezinha e Mônica

Energia, Consumo de energia

Em tempos de calorão, confira mitos e verdades para evitar desperdício de energia

Sabadinho bom, no centro

Sabadinho Bom deste final de semana vai ter choro e samba com ‘Os Mulatos’