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Deltan usou fama com Lava Jato para lucrar, apontam novos diálogos

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O procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato, discutiu a criação de uma empresa na qual ele não apareceria formalmente como sócio, para organizar eventos e palestras e lucrar com a fama conquistada durante as investigações dos casos de corrupção, informou o jornal Folha de S. Paulo, com base em mensagens obtidas pelo site The Intercept Brasil.

Em parceria com o Intercept, VEJA publicou em sua última edição uma reportagem de capa que mostra a colaboração entre o Ministério Público Federal, a Polícia Federal e o ex-juiz Sergio Moro, o atual ministro da Justiça. Na prática, Moro atuava como o chefe da força-tarefa, desequilibrando a balança da Justiça em favor da acusação.

Um novo pacote de conversas obtidas pelo Intercept e analisadas em parceria com VEJA neste semana traz fortes indícios de que os diálogos impróprios dos procuradores nos chats do Telegram também ocorreram com um dos membros do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), órgão encarregado de julgar em segunda instância os processos da Lava-Jato em Curitiba.

Os diálogos indicam a ocorrência de ‘encontros fortuitos’ entre o procurador Deltan Dallagnol e o desembargador do TRF4 João Pedro Gebran Neto.

Plano de negócios de eventos e palestras

Em um grupo de mensagens criado em dezembro de 2018, Deltan e seu colega de força-tarefa Roberson Pozzobon discutiam formas de lucrar com o prestígio conquistado durante a Operação Lava Jato. Os dois cogitaram uma estratégia para criar um instituto e obter elevados cachês, segundo reportagem da Folha de S. Paulo. Também debateram firmar parceiras com uma firma organizadora de formaturas e outras duas empresas de eventos.

As mensagens indicam que o procurador usou os serviços de duas funcionárias da Procuradoria em Curitiba para organizar sua atividade pessoal de palestrante no decorrer da Lava Jato.

As conversas mostram ainda que Deltan incentivava outras autoridades ligadas ao caso a realizar palestras remuneradas, entre elas Sergio Moro.

Dallagnol mostrou grande interesse quanto ao valor de cada palestra. Cerca de três meses antes de iniciar o grupo para discutir a abertura da empresa, o procurador informou a esposa sobre a lucratividade das palestras apurada até setembro de 2018.

“As palestras e aulas já tabeladas neste ano estão dando líquido 232k [R$ 232 mil]. Ótimo… 23 aulas/palestras. Dá uma média de 10k [R$ 10 mil] limpo”, escreveu.

A lei brasileira proíbe que procuradores gerenciem empresas. Permite apenas que essas autoridades sejam sócias ou acionistas de companhias. Sempre que questionado sobre a sua atividade como palestrante, Deltan enfatiza que grande parte dos recursos é destinada a entidades filantrópicas ou de combate à corrupção.

Em uma troca de mensagens, contudo, os procuradores discutem como tornar os negócios mais lucrativos. Em fevereiro de 2019, Deltan propôs que a empresa fosse aberta em nome das mulheres deles, e que a organização dos eventos ficasse a cargo de Fernanda Cunha, dona da firma Star Palestras e Eventos, para evitar problemas legais.

O procurador sugeriu também estabelecer uma parceria com uma empresa de eventos e formaturas de um tio dele chamada Polyndia.

“Antes de darmos passos para abrir empresa, teríamos que ter um plano de negócios e ter claras as expectativas em relação a cada um. Para ter plano de negócios, seria bom ver os últimos eventos e preço”, afirmou Deltan no chat, segundo a Folha de S.Paulo.

Pozzobon respondeu: “Temos que ver se o evento que vale mais a pena é: i) Mais gente, mais barato ii) Menos gente, mais caro. E um formato não exclui o outro”.

Deltan detalhou então como seria a organização formal da empresa. “Só vamos ter que separar as tratativas de coordenação pedagógica do curso que podem ser minhas e do Robito [Pozzobon] e as tratativas gerenciais que precisam ser de Vcs duas, por questão legal.”

O procurador chegou a alertar para a possibilidade de a estratégia levantar suspeitas. “É bem possível que um dia ela [Fernanda Cunha, da Star Palestras] seja ouvida sobre isso pra nos pegarem por gerenciarmos empresa”, disse.

Pozzobon então comentou: “Se chegarem nesse grau de verificação é pq o negócio ficou lucrativo mesmo rsrsrs. Que veeeenham”.

 

 

Por Veja

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