A fé é o fundamento da vida cristã. Sem a fé, jamais seremos um povo que produzirá frutos, como nos pede o Evangelho deste domingo (Cf. Mt 21,43). Trata-se de um dom que recebemos no dia do nosso Batismo. Esse presente precisa ser acolhido para gerar frutos. Trata-se de um percurso. A fé é um caminho! Antes de Jesus apresentar esse caminho de crescimento necessário para a fé, os seus discípulos pedem a Ele que a mesma se torne alargada, grande.
A fé dos cristãos fundamenta-se necessariamente na pedra que é Cristo: “A pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular; isto foi feito pelo Senhor e é maravilhoso aos nossos olhos” (Mt 21,41). O caminho da fé pressupõe um imprescindível crescimento a partir da Palavra do Cristo Morto e Ressuscitado. O aumento da fé significa confiar em Cristo, ainda que tudo não nos seja favorável. O fruto que ocorre quando somos batizados, além do dom da salvação, é a consequência deste, aprendemos a ter a fé do grão de mostarda. Aprendemos a confiar em Deus.
Habitamos em sociedades que, infelizmente, são marcadas pela violência e a opressão das narrativas ideológicas, a tal ponto de sermos obrigados a tomar o uso das palavras do Profeta: “Até quando devo gritar a ti: ‘Violência’, sem me socorreres? Por que me fazes ver iniquidades, quando tu mesmo vês a maldade? Destruições e prepotência estão à minha frente; reina a discussão, surge a discórdia” (Hab 1,2-3). Deus não se conforma com a violência da cidade dos homens, contudo, Ele não atropela a liberdade e as decisões humanas. O mundo novo, tão querido por Deus e pelos verdadeiros discípulos de Jesus, nascerá pelo caminho da fé. Não há outra forma, não existe outro caminho. Não nos enganemos, todo o mal presente no mundo será vencido pelo laborioso exercício da fé e da oração.
“Diante da violência e da injustiça, a Igreja deve ser fiel à sua missão de evangelização e serviço”, assegura-nos o Papa Francisco. A fé que professamos, além de ser um caminho de conversão, também é um lugar missionário. Homens e mulheres novos são capazes de construir um mundo novo. Um mundo que reina a justiça, a paz e a fraternidade. A guerra cultural que tem afligido as nossas relações, matando o principio da caridade e do respeito mútuos, pode ser superada quando homens e mulheres aprendem a olhar para o futuro e desejam concretamente o bem de todos. Quando pedimos ao Senhor que aumente a nossa fé também estamos pedindo o dom das boas relações de paz com os irmãos. Afinal, Deus é o Pai que cumula todos os seus filhos com o dom da fé. Que a Mãe Aparecida, Padroeira do Brasil, nos favoreça o caminho da fé e que jamais nos falte a alegria de seguir o Senhor, aonde quer que Ele vá.