A nomeação de Jackson Silva Henrique como novo superintendente dos Correios na Paraíba repercute intensamente desde sexta-feira, 27, quando foi anunciada. Apesar de ser servidor da empresa e ter exercido cargos de chefia, Jackson apoiou o ex-presidente Jair Bolsonaro e foi indicado pelo senador Efraim Filho (União Brasil), que igualmente defendeu a reeleição do candidato do PL.
A indicação feita pelo PT paraibano para a superintendência dos Correios era de Fábio Santana, que é filiado ao partido e atua nos Correios em Campina Grande.
A definição por Jackson se explica pelo fato de o ministro das Comunicações, comandado por Juscelino Filho, que é do União Brasil.
De toda forma, o diretório do PT na Paraíba, através de seu presidente Jackson Macedo, além do Sindicato dos Trabalhadores da ECT na Paraíba e a Central Única dos Trabalhadores se manifestaram pedindo a exoneração de Jackson e a nomeação de um nome identificado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Confira a nota emitida pela CUT-PB:
A Central Única dos Trabalhadores da Paraíba vem a público manifestar a sua mais irrestrita solidariedade aos companheiros da Empresa Brasileira de Correios, em especial à Diretoria do SINTECT/PB, pelo sentimento de descontentamento e indignação que acometeu a categoria e as forças progressistas no Estado desde que se tomou conhecimento da nomeação do novo superintende da empresa na Paraíba, um nome, que na avaliação dos trabalhadores, “ não tem perfil adequado para dirigir a nova política vigente no país”, de gestão democrática em consonância com os interesses da maioria e de respeito aos anseios daqueles que, verdadeiramente, fazem o dia a dia dos Correios.
Diante dos pontos elencados pelo SINTECT/PB em nota pública como justificativa para não acatar essa medida tomada pelo Governo, que todos nós que fazemos o movimento sindical progressista e movimentos sociais paraibanos esforçamos muito e ajudamos a eleger, nos chamam a atenção a defesa da privatização da empresa, do fascismo e o não reconhecimento do resultado das urnas pelo recém-nomeado. Portanto, não resta outra posição mais coerente que não seja solicitar a revogação desse ato.
Claro, que entendemos as nuances que envolvem um Governo de coalização, mas exigimos o mínimo de respeito ao projeto democrático popular que nos foi apresentado. Não é admissível que um órgão tão importante na Paraíba, prestador de serviço essencial aos cidadãos e cidadãs, que é a comunicação, previsto na Constituição como um direito humano, seja entregue nas mãos de um dos grupos mais conservador e retrógrado da política paraibana.
A CUT apela à sensibilidade da classe política aliada ao Governo no Estado para tentar reverter o mais urgente possível esse ato falho e revogue essa nomeação.