Uma criança de sete anos de idade está internada no Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW-UFPB/Ebserh) com suspeita de hepatite aguda infantil de origem misteriosa. A instituição informou em nota que a criança está internada na Unidade da Criança e do Adolescente com sintomas compatíveis com hepatite. Ainda que todos os exames realizados não tenham confirmado a doença até o momento (com resultado negativo para todos os agentes causadores das hepatites virais A, B, C, D e E), o HULW-UFPB fez a notificação oficial do possível caso à Secretaria Estadual de Saúde da Paraíba, em conformidade com os protocolos vigentes.
Por se tratar de uma doença ainda de causa desconhecida, os casos de hepatite aguda de causa a esclarecer exigem notificação imediata, procedimento adotado pela instituição. Por fim, o Hospital Universitário Lauro Wanderley esclarece que, em consonância com a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), não serão fornecidas informações detalhadas sobre a criança, exceto que permanece em condição clínica estável e com melhora progressiva dos exames laboratoriais.
O secretário executivo de Saúde, Johnny Bezerra, informou que a criança tem quadro geral estável. “Ela apresenta dor abdominal, vômito, diarreia e icterícia, mas a sorologia deu negativa para hepatite, embora o quadro seja semelhante à doença”, resumiu.
O número de casos da hepatite misteriosa infantil em investigação no Brasil subiu hoje para 64, segundo informações do Ministério da Saúde. Ao todo, a pasta recebeu 76 notificações, das quais 12 foram descartadas.
Pelo menos 15 estados têm casos sob suspeita. São Paulo está à frente, com 24 casos, seguido por Minas Gerais (8), Rio Grande do Sul (5) e Pernambuco (5). Os demais estados que investigam casos da doença são Rio de Janeiro (4), Mato Grosso do Sul (3), Santa Catarina (3), Paraná (2), Espírito Santo (2), Goiás (2), Ceará (2), Rio Grande do Norte (1), Maranhão (1), Roraima (1) e Paraíba (1).
Uma das hipóteses a respeito da hepatite misteriosa é de que a doença tenha a ver com o Adenovírus 41, causador de resfriado, que foi encontrado em 2⁄3 das crianças. Vale lembrar que a OMS já descartou a relação dos casos com a vacinação contra covid-19, já que a maior parte dos afetados não foi imunizada.