Cinquenta e cinco palestinos morreram e mais de 2200 ficaram feridos em confrontos com soldados israelenses nesta segunda-feira (14) na fronteira entre a Faixa de Gaza e Israel, anunciaram autoridades do território palestino.
Os confrontos começaram poucas horas antes da inauguração da embaixada dos Estados Unidos em Jerusalém, iniciada pontualmente às 16h locais (10h em Brasília).
A cerimônia de abertura foi conduzida pelo embaixador americano em Israel, David Friedman. Em uma mensagem gravada em vídeo, o presidente Donald Trump disse que era necessário “admitir o óbvio”: que a capital de Israel é Jesusalém. Também afirmou que os EUA estão comprometidos com a paz na região.
A data marca o dia em que o Estado de Israel completa 70 anos. Os palestinos protestam na fronteira desde o dia 30 de março, na chamada Grande Marcha do Retorno, que evoca o direito dos palestinos de voltarem para os locais de onde foram removidos após 1948, pela criação do Estado de Israel.
Milhares de palestinos se reuniram nesta segunda em diversos pontos próximos à fronteira e pequenos grupos se aproximaram da cerca de segurança vigiada por soldados israelenses. Os grupos tentaram avançar contra a barreira e lançaram pedras na direção dos soldados, que responderam com tiros.
A Autoridade Palestina acusou Israel de cometer um “massacre horrível” na fronteira. Yusuf al-Mahmud, porta-voz da autoridade, pediu em um comunicado “uma intervenção internacional imediata para frear o massacre horrível em Gaza cometido pelas forças israelenses de ocupação contra nosso heroico povo”.
As forças de segurança israelenses já vinham se preparando para os protestos de dezenas de milhares de palestinos nesta segunda tanto na Faixa de Gaza, submetida ao bloqueio israelense, como na Cisjordânia ocupada.
No domingo e nesta segunda-feira, o exército israelense lançou panfletos em Gaza para advertir os palestinos que participam nas manifestações de que se expõem ao perigo e que não permitiria danos à cerca de segurança ou ataques aos soldados ou aos civis israelenses vizinhos do território palestino. De acordo com o jornal israelense “Haaretz”, milhares de policiais estão posicionados na cidade.
O presidente americano Donald Trump disse no Twitter que esta segunda é “um grande dia para Israel”. Trump não fez referência à violência e pediu a seus seguidores que assistam ao vivo a cerimônia de inauguração da sede diplomática.
O premiê israelense, Benjamin Netanyahu, disse que estava “profundamente emocionado e profundamente grato”.
Entre as personalidades israelenses também estavam presentes o presidente de Israel, Reuven Rivlin, e o prefeito de Jerusalém, Nir Barkat. Entre a delegação americana, Ivanka Trump e Jared Kushner, filha e genro e conselheiros do presidente americano, e Steven Mnuchin, secretário de Tesouro dos EUA.
Decisão polêmica
A decisão de Trump de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel e de transferir a representação diplomática de Tel Aviv para essa cidade foi muito polêmica, criticada pela União Europeia e por países árabes porque rompe com o consenso internacional de não reconhecer a cidade como capital da Palestina ou de Israel até que um acordo de paz seja firmado entre as duas partes.
G1