“Permitir que o ENEM aconteça em novembro é contribuir com a desigualdade educacional e ignorar os mais pobres, porque nem todos os estudantes têm condições para manter os estudos durante a pandemia. Infelizmente, as desigualdades sociais impactam, decisivamente, na qualidade do ensino. O acesso à internet, a falta de materiais didáticos necessários e a ausência de um espaço adequado para estudar em casa são fatores preocupantes neste momento”, diz Ruan Martins, presidente da juventude DEM na Paraíba que apoia o adiantamento do processo aprovado no Senado.
O adiamento do Enem, sem a definição da data, foi aprovado ontem (19) pelo Senado. O texto ainda precisa ser aprovado pela Câmara dos Deputados antes de seguir para sanção presidencial. A proposta (PL 1.277/2020) é da senadora Daniella Ribeiro (PP-PB).
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – Tecnologia da Informação e Comunicação (Pnad Contínua TIC) 2018, divulgada no último mês, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), uma em cada quatro pessoas não tem acesso à internet no Brasil, o que significa dizer que 46 milhões de brasileiros não tem acesso à rede. Segundo os dados apresentados, a situação fica ainda pior nas áreas rurais, onde 53,3% das pessoas não têm acesso à internet.
Calendário – O Ministério da Educação (MEC) decidiu por manter o calendário do Enem, com inscrições abertas e provas marcadas para 1º e 8 de novembro, mesmo com um número alarmante de pessoas contaminadas pelo novo coronavírus, o que causou a suspensão das aulas de todas as modalidades de ensino.