O Hospital Estadual Infantil Arlinda Marques está sem fazer cirurgias eletivas desde o final do mês de maio deste ano. Com isso, são quase 300 cirurgias pediátricas de pequeno, médio e grande porte que deixaram de ser feitas neste período, já que no ano de 2008 eram feitas em torno de 150 cirurgias mensais. O Hospital também não está realizando o atendimento ambulatorial dos pacientes cirúrgicos, deixando cerca de 800 crianças sem consultas a cada mês.
O problema do Hospital vem se arrastando desde o ano passado, quando os cirurgiões pediátricos já reclamavam que as cirurgias eletivas (marcadas previamente) e atendimento ambulatorial eram realizados durante o horário dos plantões, o que comprometia o atendimento dos pacientes de urgência, emergência e dos internos. Além disso, os profissionais são contratados pela Secretaria Estadual de Saúde, através da Cooperativa dos Cirurgiões da Paraíba (Coopecir/PB), apenas para casos de urgência e emergência, em escalas de plantões.
“Esse é um problema muito sério que precisa ser revolvido. Precisamos que as autoridades competentes se manifestem, pois a população está sendo prejudicada”, ressaltou o presidente da Coopecir/PB, Marcus Maia. Ele enfatizou ainda que para as cirurgias eletivas sejam marcadas e realizadas é necessário que os profissionais possam atender em outros dias de trabalho.
Ele acrescenta que seriam necessários, no mínimo, três cirurgiões de plantão e um no ambulatório a cada expediente no hospital. Sem o Arlinda Marques realizar essas cirurgias eletivas, os pacientes ficam sem ter a qual hospital recorrer, já que além do hospital estadual, a população conta apenas com o Hospital Universitário Lauro Wanderley para esse tipo de atendimento. No entanto, o HU conta com apenas quatro cirurgiões pediátricos, que é um número bem menor que os 14 existentes no Arlinda Marques.
“A cooperativa está à disposição da Secretaria Estadual de Saúde para firmarmos mais essa nova parceria. Queremos atender os pacientes com responsabilidade e respeito e, do modo que nos vem sendo solicitado pela direção do hospital, isso não é possível e nem ético”, finaliza Marcus Maia.