O festival de curtas-metragens Cine Sítio acontece de 12 a 14 de dezembro na Zona Rural do município de Nazarezinho, Sertão da Paraíba. Este ano, os festivais de cinema se multiplicaram no estado, com alguns se chocando no calendário. Estes festivais e mostras, incentivados nos últimos três anos por concursos como o Edital Vladimir Carvalho de Fomento a Mostra e Festivais e o do Centro Cultural Banco do Nordeste de Sousa, têm proporcionado uma janela necessária para o audiovisual paraibano chegar a seu público.
O Cine Sítio é um festival dedicado à zona rural com filmes que abrangem uma temática próxima à realidade da gente dos três sítios contemplados (Serrote dos Bois, Trapiá e Bananeiras) e vai exibir no total nove curtas nas sessões noturnas e três em escolas da rede pública. Serão oferecidas três oficinas para o público estudantil: a primeira, no período de 5 a 7 e antes do início do festival, é a oficina Fazendo Filmes Curtíssimos, será ministrada por Marcelo Quixaba; a segunda, de 12 a 14, é a oficina Parahyba Sonora: Captação de Som no Audiovisual com a Mayara Valentim; e a terceira oficina Entendendo o Cinema 3D e
produzindo óculos para exibições, ministrada por Adilson Barros, que acontece apenas na manhã do dia 13, pela manhã. Todas oficinas terão lugar no CRAS Abdias pereira Dantas Nazarezinho.
A criação do Cine Sítio partiu do cineasta Ramon Batista cuja ideia foi logo encampada pela produtora cultural Íris Mendes de Nazarezinho. Ramon é morador do sítio Caiçara e já tem diversos curtas-metragens premiados em festivais pelo Brasil como Fogo Pagou, que recebeu o prêmio internacional do Itamaraty. Esta sétima edição do Cine Sítio tem o apoio do edital Seleção Pública de Projetos para Patrocínio pelo Banco do Nordeste Cultural 2023/2024 com produção da InCartaz do cineasta e produtor de Marcelo Paes Carvalho.
Na Mostra principal, os curtas-metragens selecionados são Alvará, de Fernando Abreu, (ficção, 14 min, 2022); Anjos Cingidos, de Aécio Filho e Maria Tereza Azevedo, (animação 15min, 2022); O Rebanho de Quincas, de Rebeca Souza (ficção 11 min, 2024); Noite Feliz, de Bruno Nogueira, (documentário, 12min, 2023); Pulmão de Pedra, de Torquato Joel (documentário, 14 min, 2023); Tempo de Vaqueiro, de Ramon Batista (documentário, 11min, 2024); Um Sertão Profundo, de Vitor Daniel Cartaxo (documentário, 17min, 2024); Aracati, de Veruza Guedes (ficção, 16min, 2023); e Jacu, de Ramon Batista (documentário, 11 min, 2024). Todos eles realizados na Paraíba, a maioria deles no interior do estado.
O crescimento exponencial da produção paraibana de curtas-metragens em diversos rincões do estado deve-se, sobretudo, ao acesso aos editais de incentivo. Essa crescente quantidade de filmes realizados criou a necessidade imediata de janelas de exibição e os festivais e mostras proporcionaram a canalização desses filmes em direção ao seu público. Segundo o curador (e também homenageado deste ano do Cine Sítio), cineasta e professor Bertrand Lira, o que norteou a escolha dos filmes foi sua temática rural ou a relação próxima com o universo das comunidades onde serão exibidos.
Para o púbico infantil, o Cine Sítio programou uma mostra com três curtas de animação: o paraibano Azul Celeste, de Lori Queiroz, 10 min; o carioca Maalum, de Eduardo Lurnel e Magna Domingues, 8min; e o cearense Juzé, de Raquel Garcia, 11min. Estes curtas têm um caráter didático e trabalha temas que busca esclarecer o público infanto-juvenil sobre temas espinhosos na nossa sociedade como o racismo (em Maalum), e o preconceito contra pessoas autistas (Azul Celeste). Esses curtas da mostra infantil serão exibidos às 8h, também no CRAS Abdia Pereira Dantas, na cidade de Nazarezinho.