Uma ação inusitada da rede de lojas Havan movimenta as redes sociais desde esta terça-feira, 21. A rede varejista do empresário Luciano Hang implementou um gigantesco “chuveirão” no formato da Casa Branca num dos acessos à Praia da Canasvieiras, em Florianópolis. A ação dividiu internautas: enquanto uns criticaram a instalação da estrutura e a julgaram como “cafona”, houve quem destacasse uma demanda antiga por chuveiros no local.
No Twitter, a maioria das pessoas apontou, de cara, para a questão estética. “Péssimo gosto”, escreveu um internauta. “Meu Deus, que coisa cafona!”, escreveu outra. Por outro lado, houve morador da cidade argumentando sobre a demanda por chuveiro na praia. “Aqui em Floripa o prefeito abriu licitação para empresas ‘adotarem’ chuveiros de praia em troca da publicidade. Resultado: a Havan ganhou a licitação”, publicou um homem.
Em mais um caso envolvendo a Havan, na última quarta-feira o presidente Jair Bolsonaro afirmou durante um evento que demitiu funcionários do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), após saber que o órgão interditou a construção de uma unidade das lojas de Luciano Hang, apoiador do presidente, na cidade de Rio Grande (RS). A interrupção dos trabalhos ocorreu em dezembro de 2019 após o Iphan ter encontrado material de interesse arqueológico no local.
Atendendo a decisão de Bolsonaro, no último sábado a Justiça Federal afastou a presidente do Iphan, Larissa Rodrigues Peixoto Dutra, do cargo. Contudo, a medida foi suspensa nesta segunda, após o desembargador Theophilo Antonio Miguel Filho, presidente em exercício do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), alegar que o afastamento de Larissa poderia causar “inegáveis prejuízos às atividades administrativas e às políticas públicas de competência da autarquia”. No entendimento do magistrado, a suspensão teria “potencialidade de causar grave lesão à ordem administrativa”.
A loja da Havan, em Rio Grande, foi inaugurada em julho deste ano. Segundo reportagem do UOL, 20 achados arqueológicos foram encontrados no terreno, entre eles estão cerâmicas pré-coloniais de dois tipos diferentes — uma delas de indígenas tupi-guaranis — e pedaços de louças fabricadas no final do século 19. Ainda segundo a reportagem, o material está guardado na Furg (Universidade Federal do Rio Grande).
Em seu perfil no Twitter, Hang chegou a afirmar que Bolsonaro usou o seu exemplo para “expor algo que acontece com qualquer empreendedor brasileiro todos os dias”.
Procurada sobre o caso do chuveiro na praia da Canasvieiras, a prefeitura de Florianópolis não se manifestou, bem como a assessoria de imprensa das lojas Havan.
Exame