O presidente Jair Bolsonaro (PL) anunciou nesta sexta-feira (18) apoio a pré-candidatura de Bruno Roberto (PL) ao Senado pela Paraíba. O anúncio foi feito em vídeo publicado no instagram de Bruno, onde ele aparece ao lado de Bolsonaro e de Tércio Arnaud, pré-candidato a primeiro suplente.
“Assim sendo, a todos da Paraíba eu desejo boa sorte e felicidades e a grande responsabilidade de mudar os destinos da política brasileira”, disse o presidente na postagem.
Bruno disse que recebe com muito orgulho o apoio de Bolsonaro. “Com muito trabalho, esforço e dedicação, estamos caminhando lado a lado com quem realmente se importa com o nosso povo”, completou.
Primeiro suplente
Para quem não conhece o primeiro suplente de Bruno Roberto, Tércio Arnaud Tomaz, natural de Campina Grande, foi apontado como o responsável por um esquema de contas falsas nas redes sociais banidas pelo Facebook em julho de 2020.
O levantamento foi feito pelo Laboratório Forense Digital do Atlantic Council em parceria com a rede socia. Ele mostrou que as páginas atacavam opositores de Bolsonaro, como os ex-ministros Sergio Moro e Luiz Henrique Mandetta, além de integrantes de outros Poderes.
Segundo os pesquisadores, a conta no Instagram @bolsonaronewsss, que é anônima, foi registrada por Tércio. Ela tinha 492 mil seguidores e mais de 11 mil posts antes de ser derrubada. Uma página no Facebook chamada Bolsonaro News compartilhava o mesmo conteúdo.
Antes de trabalhar com as redes da família Bolsonaro, Tercio trabalhava como recepcionista em um hotel. Ele é formado em biomedicina por uma faculdade de Campina Grande.
Em 2017, entre abril e dezembro, trabalhou oficialmente com Jair Bolsonaro em seu gabinete na Câmara dos Deputados, recebendo R$ 2,1 mil mensais.
Depois, em dezembro de 2017, foi nomeado para o gabinete de Carlos Bolsonaro na Câmara dos Vereadores do Rio, com salário de R$ 3,6 mil. Segundo reportagem de agosto de 2018 do jornal O Globo, apesar de ser empregado no legislativo carioca, Tercio continuou trabalhando diretamente para Bolsonaro, sem frequentar o local oficial de emprego.
Tercio frequentava a residência do empresário Paulo Marinho, que serviu de comitê para a campanha de Bolsonaro em 2018, segundo depoimento do próprio empresário à CPI. “O Tercio era uma pessoa que acompanhava ora o Capitão Bolsonaro, ora acompanhava o Flávio Bolsonaro”, afirmou Marinho.
Quando Bolsonaro deu sua primeira coletiva como presidente eleito, em 1 de novembro de 2018, foi Tercio, como assessor da campanha do então candidato, quem fez o credenciamento de jornalistas que excluiu jornais como o Estado de S. Paulo, a Folha de S.Paulo, O Globo e outros veículos, segundo reportagem do Estado. “Por mensagens pelo WhatsApp, Tercio respondeu aos jornalistas dos veículos barrados que eles não poderiam entrar ‘por questões de espaço'”, registrou o jornal.
Já como presidente, em agosto do ano passado, a página de Bolsonaro no Facebook compartilhou um post do perfil “Bolsonaro Opressor 2.0”, atribuído a Tercio. A publicação chamava o procurador Deltan Dallagnol, chefe da força-tarefa da Lava Jato, de “esquerdista estilo PSOL”.
E então, no quarto dia de governo de Bolsonaro, o presidente nomeou Tercio e depois José Matheus Sales Gomes e Mateus Matos Diniz, para cargos em seu governo, formando o que seria o tal “gabinete do ódio”.