O comando de greve dos bancários na Paraíba concentrou hoje o piquete na porta da Agência Centro do Bradesco. Utilizando carro de som, faixas, cartazes e uma orquestra de frevo, os bancários se concentraram na agência do Centro na capital paraibana e fizeram uma manifestação contra a falta de uma proposta salarial que encerre a mobilização.
Para Marcos Henriques, o momento é estratégico para se forçar uma negociação com os banqueiros. “E, como o Bradesco é o principal banco privado que vem emperrando as negociações com o Comando Nacional, está mais do que na hora de radicalizarmos e superarmos todas as dificuldades, inclusive os interditos e a tropa de choque, para arrancar as nossas conquistas na luta”, disse.
Sobre o fato de Bradesco e Itaú Unibanco se utilizarem dos interditos proibitórios e da pressão da Tropa de Choque da Polícia Militar da Paraíba para reprimir a greve dos bancários, Marcos Henriques enfatizou: “os bancos têm os seus instrumentos de pressão e nós temos que utilizar outras estratégias para conseguir nossas reivindicações; uma delas é cruzar os braços, mobilizar os bancários através do convencimento e fazer atos públicos que expliquem à sociedade o que está acontecendo, ou seja, que a greve dos bancários acaba quando os bancos apresentarem uma proposta que atenda às expectativas da categoria”, concluiu.
A greve dos bancários começou no último dia 24 de setembro e pede um reajuste salarial de 10%. Os bancos ofereceram 4,5%, apenas a reposição da inflação dos últimos doze meses. Os trabalhadores ainda querem ampliar a participação nos lucros, equivalente a três salários mais R$ 3.850 fixos. Os banqueiros propuseram 1,5 salário limitado a 4% do lucro líquido mais 1,5% do lucro líquido distribuído linearmente, com limite de R$ 1.500. Essa fórmula reduz o valor da PLR paga no ano passado. Em 2008, os bancos distribuíram de PLR até 15% do lucro líquidomais parcela adicional relativa ao aumento da lucratividade que chegou a R$ 1.980. Neste ano querem limitar o total da PLR distrubuida aos bancários a 5,5% do lucro líquido e a R$ 11.500.
Outro item da pauta é a valorização dos pisos salariais. A categoria reivindica pisos de R$ 1.432 para portaria, R$ 2.047 (salário mínimo do Dieese) para escriturário, R$ 2.763,45 para caixa, R$ 3.477,00 para primeiro comissionado e R$ 4.605,73 para primeiro gerente. Os bancos rejeitam a valorização dos pisos e propõem 4,5% de reajuste para todas as faixas salariais.