Texto publicado nesta quarta-feira (5) no Estadão aborda a capacidade do presidente Jair Bolsonaro de impulsionar as candidaturas ‘bolsonaristas’ que disputam as eleições municipais no Nordeste, principalmente depois do advento do auxílio emergencial. Em João Pessoa o favorecido seria o deputado Walber Virgolino (PRTB).
Veja íntegra do texto:
Embora diga que não apoiará ativamente nenhum candidato nas eleições municipais, o presidente Jair Bolsonaro caminha para contar com uma rede de apoio no Nordeste, região onde ele foi menos votado em 2018. A maioria das capitais nordestinas tem hoje pré-candidatos dispostos a empunhar as bandeiras do “bolsonarismo”, especialmente após o advento do auxílio emergencial de R$ 600. “Em algumas pesquisas, quando o candidato diz que ele é ‘do Bolsonaro’, obtém cerca de 15% de intenção de voto”, diz Bruno Soller, do Instituto Travessia.
Segundo Soller, em um cenário fragmentado, esse patamar de largada pode levar um candidato “bolsonarista” até o segundo turno, em uma polarização com a esquerda, historicamente forte no Nordeste.
Nomes
Walber Virgolino (PRTB), em João Pessoa; Lúcio Flávio (Avante), em Aracaju; Coronel Alberto Feitosa (PSC), no Recife; Cézar Leite (PRTB) ou Alexandre Aleluia (DEM), em Salvador; Coronel Hélio (PRTB), em Natal, e Capitão Wagner (PROS), em Fortaleza, são hoje os “bolsonaristas” do Nordeste. Wagner foi o agitador da greve dos policiais no Ceará.
De fora
Por enquanto, Bolsonaro mantém o propósito de não declarar apoios oficialmente. Entre outros fatores, teme os “caroneiros”, que podem dar dor de cabeça no futuro. O presidente também não quer ter seu nome vinculado a um fracasso eleitoral.
Sem partido, Bolsonaro avalia se posicionar no segundo turno, ainda mais se o embate for com a esquerda petista.
Gilson Machado, o sanfoneiro das lives, por exemplo, é próximo do Coronel Feitosa (PSC).
Porém, se o auxílio emergencial ajuda candidaturas bolsonaristas, a catástrofe da covid-19 será cobrada.
Com o País perto da marca de 100 mil mortes, nunca é demais lembrar a frase dita pelo presidente em 20 de março: “Não vai ser uma gripezinha que vai me derrubar”.
Com Estadão