Dados revelados na última pesquisa que avalia a atividade empreendedora no país confirmam um equilíbrio entre homens e mulheres quando o assunto é empreender. O estudo elaborado pela Global Entreprenurship Monitor, o GEM 2009, relata que poucas diferenças foram observadas na proporção de participação deles e delas ao longo dos anos. Mesmo com todo o equilíbrio, as mulheres se sobrepõem numericamente aos homens: dos empreendedores brasileiros, 53% são mulheres e 47% homens.
Ao longo das analises há uma constante oscilação entre homens e mulheres no empreendedorismo brasileiro, o que também não inviabiliza a afirmação de que a mulher brasileira é historicamente uma das mais empreendedoras do mundo. Em 2009, além do Brasil, apenas outros dois países registraram taxas de empreendedorismo feminino mais elevadas que as taxas de empreendedorismo masculino (Guatemala e Tonga).
Na Paraíba, os dados acompanham a tendência nacional do equilíbrio. Registros do Sebrae Paraíba, instituição responsável por repassar informações sobre o universo das micro e pequenas empresas, revelam que em 2010 das 30 mil pessoas atendidas pelas nove agencias espalhadas em todo o Estado, 50% foram homens e 50% mulheres.
Na opinião do economista e consultor do Sebrae Paraíba, Martinho Campos, as mulheres estão não apenas dando outra cara, uma face mais linear, a economia, a política e ao mundo, mas mudando a essência genérica. Mulheres e homens encarnando-se em novos seres, solidários, cooperativos e respeitantes uns dos outros, sejam nas relações de trabalho, oportunidades ou nos relacionamentos afetivos e familiares.
“O contexto histórico de limitações e submissões ao ser masculino levaram as mulheres desenvolverem qualidades que hoje são justamente as mais necessárias em um mundo que se transmuta celeremente exigindo visão totalizante, grande intuição, sensibilidade apurada e capacidade multifuncional, entre outras virtudes”, comenta Campos.
Quando nasce uma empresa – O equilíbrio entre os gêneros vêm também quanto aos dados do empreendedorismo na fase inicial, ou seja, empresas que possuem menos de dois anos de vida. A participação das mulheres na atividade em estágio inicial cresceu de 10,3%, em 2008, para 12,9% em 2009. Atualmente, a taxa masculina é de 17% e as diferenças entre homens e mulheres têm diminuído nos últimos sete anos.
“Em anos de atividade orientando empreendedores observo que as mulheres possuem uma característica muito marcante quando querem abrir um negócio. Elas são mais conscientes do planejamento, de começar de forma correta, com mais informação. Os homens mostram uma atitude mais imediatista e agressiva, que muitas vezes não é bom para o começo”, comenta Nelijane Ricarte, analista do Sebrae Paraíba.
Pela vocação – Outro dado importante é que pela primeira vez a pesquisa revelou que a proporção do empreendedorismo feminino por oportunidade, aquele que se estuda e avalia as condições de mercado para montar o negócio, supera a do masculino na mesma condição.
Mesmo ainda parcela das mulheres buscando estabelecer seus próprios negócios por mera necessidade, identificadas por um nível precário de escolaridade, outra parcela cada vez mais crescente busca fugir das limitações e preconceitos que ainda estão a obstar suas carreiras profissionais, desenvolvendo e inovando nas novas condições proporcionadas por um grande número de oportunidades de negócios.
É importante destacar que o aumento desse último segmento está fortemente vinculado ao crescimento da conscientização das mulheres sob a necessidade de se prepararem educacional e profissionalmente para poderem competir em igualdade de condições com os homens.
Não é, portanto, à toa que as mulheres já são ampla maioria em vários cursos acadêmicos. As mulheres também têm se destacado com as melhores notas e colocações nesses cursos, o que confirma a característica típica feminina de busca do perfeccionismo, intuição e da exigência permanente de alcance de bons resultados em suas empreitadas.
Em resumo, tudo isso e muito mais é que vem levando as mulheres do Brasil, acompanhando suas colegas do resto do mundo, a dizer, alto e bom som: estamos dispostas, determinadas, cientes e conscientes de que vamos contribuir com todas as forças para transformar em conjunto esse mundo em algo bem melhor.